Cristina narrando Assim que entrei em casa, fui direto para o quarto. Não precisava procurar — eu sabia exatamente onde ela estaria. A Priscila não se desgrudava dele. Desde o primeiro dia, era como se o coração dela pulsasse por dois. E agora, algo estava diferente. O ar parecia mais denso, carregado de um silêncio cheio de expectativa. Empurrei a porta com cuidado. A cena diante de mim me paralisou por um segundo: ela, ainda sentada ao lado da cama, com os olhos fixos nele, como se tivesse acabado de ver um milagre. E de certo modo… tinha mesmo. Foi quando vi. Um leve movimento. Quase imperceptível. Mas real. Os cílios dele tremiam. O peito subia e descia num ritmo que não era apenas automático — era dele. Vivo. Presente. Dei um passo rápido e já estava ao lado da cama. O estetoscópi

