Ana Paula
Eu não sei o que me deu coragem pra beijar ele.
Talvez fosse o jeito como ele me olhou, sem pressa, sem cobrança. Talvez fosse o modo como ele me tocou, com tanto respeito, como se eu fosse feita de vidro e, ainda assim, merecesse ser abraçada. Ou talvez fosse só a saudade de sentir algo bom... algo que não doesse.
Quando meus lábios encostaram nos dele, meu coração quase saiu pela boca. Era como se eu estivesse pulando de um precipício mas, dessa vez, com a sensação de que alguém ia me segurar lá embaixo. O beijo foi calmo. Quente. Seguro. Pela primeira vez em muito tempo, não me senti usada. Não me senti suja. Só... viva.
E quando o beijo acabou, voltei pro peito dele como se aquele fosse o único lugar do mundo que me fazia sentido. Me ouvir pedindo pra ele não desistir de
