Cristina narrando Ele parou bem na minha frente. A bandeja que ele carregava tinha uma garrafa de água e um pedaço de pão seco. Ele a largou no chão com um estrondo seco, como se dissesse: é isso que você vai ter, se cooperar. Depois se abaixou um pouco, trazendo o rosto pro nível do meu. O olhar dele queimava. — Vamos tentar de novo — disse, num tom mais calmo do que eu esperava. — Onde está a Priscila?.- Pisquei devagar, como se pensasse na resposta. Mas não havia nada a considerar. Ele podia perguntar quantas vezes quisesse. — A minha opinião ainda não mudou — respondi, encarando-o. — Eu não vou entregar ela. Não adianta tentar.- Ele respirou fundo, como quem contava até dez. Mas a calma não durou muito. Um segundo depois, a mão dele veio com força no meu rosto. A cabeça virou com o

