Ana Paula narrando Continua... Eu tava em queda livre. Tudo girava. Tudo doía. A cabeça latejava como se o mundo tivesse desabado em cima de mim. E, de certa forma, tinha mesmo. A Camila morreu. A minha amiga. A única pessoa que sempre esteve ao meu lado não importa o que acontecesse. E agora ela se foi. Simples assim. Sem aviso, sem despedida. Só… foi. A psicóloga falava comigo, mas eu m*l ouvia. Era como se eu tivesse num aquário, vendo tudo de fora. Me sentia pequena, suja, culpada. Eu devia ter feito mais. Devia ter visto os sinais. Devia, devia, devia. A palavra martelava na minha cabeça como uma sentença. E aí, do meio da confusão, eu ouvi a voz dele. — Ana… sou eu, o Lobão. Meu corpo reconheceu antes da mente entender. Era como se algo dentro de mim dissesse “segura nisso, é r

