Ana paula narrando Saí do quarto devagar, tentando não fazer barulho, como se ele não soubesse que eu estava ali. Lobão já estava pronto, encostado no batente da porta todo aerumado. Quando me viu, o olhar dele correu pelo meu corpo, rápido, mas atencioso. Sorriu de leve, daquele jeito que não fazia alarde, mas dizia tudo. — Tá linda — ele disse, simples, como quem fala a coisa mais óbvia do mundo. Agradeci com um aceno tímido e um sorriso sem dentes, sentindo a pele do rosto esquentar de novo. Ele estendeu a mão pra mim, e por um segundo eu hesitei, mas acabei aceitando. A palma dele era quente, firme, e quando entrelacei meus dedos nos dele, senti meu peito aliviar um pouco da tensão. Saímos de casa e ele acenou para o segurança que ficaram tudo nos olhando. Ele subiu na moto e esti

