Lobão narrando A mão tremia, e não era só de raiva. Era de tudo. Do passado que ela me lembrava, das noites que passei tentando esquecer o rosto dela. Era do medo de que ela estragasse o pouco de paz que eu tava tentando construir com a Ana Paula. Soltei o pescoço dela com um empurrão leve, respirando fundo pra não fazer besteira. Ela cambaleou pra trás, ajeitando a bolsa no ombro e me olhando como se fosse a vítima da história. — na moral? Desaparece da minha frente — rosnei baixo, mas firme. — Aparece aqui, me constrange na frente de todo mundo e ainda quer se passar de mãe? A mim tu não engana não, sei bem o que tu tá querendo e comigo tu não vai arrumar nada. Ela limpou as lágrimas rápido, fingindo dignidade. Era sempre assim: um teatro. E eu já tava cansado de assistir. — Eu só v

