Priscila narrando Assim que eles saíram, fiquei parada um tempinho ali na sala, olhando para a porta fechada. Respirei fundo, com a mão ainda repousando sobre a barriga, como se o calor daquele último abraço tivesse ficado comigo. A Ana Paula… tem uma tristeza no olhar que corta. Daquelas que a gente não precisa de muito tempo pra reconhecer — basta olhar com um pouco de atenção. E eu olhei. Desde o primeiro instante, percebi como o corpo dela enrijecia toda vez que eu me aproximava, como se estivesse sempre se preparando pro pior. Cada abraço que tentei dar foi recebido com tensão, como se ela estivesse tentando permitir, mas ainda em luta com alguma memória que a gente não vê. Sei lá o que aconteceu com ela, mas foi forte. Dá pra ver que deixou marcas. Daquelas que não cicatrizam fáci

