capítulo 7

1772 Words
— Estou um caco. — meu pai entrou em casa tirando o casaco que vestia. Hoje era um dos poucos dias que ele chegava cedo em casa, até me surpreendi quando ele se ofereceu para dar carona para Dona Mikoto e Sasuke e aproveitou para vir embora. Me animei com a ideia pois assim nós poderíamos conversar e ele poderia me contar como estava indo o trabalho no hospital, e o caso da Dona Mikoto ou até mesmo poderíamos falar de coisas banais. — O Senhor quer comer alguma coisa? Eu posso fazer um sanduíche ou... — Não, eu vou dormir. Ele subiu para o andar de cima e eu fiquei parada na sala o vendo sumir da minha visão. — OK, eu vou ficar aqui. Me sentei no sofá pegando o alfafa que se esfregava manhoso em minhas pernas querendo carinho. — Oi meu amor está com fome? — Miau. — É acho que somos só nós dois de novo. Eu esperei por meu pai a tarde inteira e até mesmo quando anoiteceu mas ele não voltou a aparecer. Deveria está bastante cansado do trabalho mesmo. Me senti meio decepcionada pois tinha feito o jantar para nós dois, mas eu deveria saber que ele não viria, não havia motivos pra ele vir. (...) — Por que não veio ontem? — parei em frente a mesa de Tenten assim que entrei na sala. Ela picou os olhos passando a mão pelo r**o de cavalo, seu nariz estava vermelho e pelo moletom velho que a mesma vestia eu pude ter uma ideia do que aconteceu. — Eu acabei pegando um resfriado, Neji e eu pegamos chuva. Assenti a analisando, ela sem aqueles óculos horríveis já mudava muita coisa. — Nos vemos na hora do intervalo. — passei por ela caminhando até Karin que sentava em frente ao namorado que sussurrava algo em seu ouvido. — Bom dia. — me sentei ao lado dos dois. — Bom dia chiclete. — E ai? As aulas foram entediantes, os professores sempre batiam na mesma tecla. O que iriamos querer para o futuro. O meu futuro já estava decidido, meu pai quer que eu faça medicina, mas eu me recuso a viver uma vida igual a dele, onde a família vem e último lugar. Salvar vidas não era comigo. Eu não sou boa nessas coisas, ver alguém morrer não seria muito animador. Talvez eu me tornasse uma advogada ou uma vendedora de uma loja qualquer. Nunca se sabe o futuro e eu não estava muito preocupada com ele. No intervalo as garotas encheram Tenten de perguntas sobre o encontro, e a nerd soltava risinhos envergonhados contando tudo sobre sua noite perfeita. Eu apenas ouvia em silêncio o seu conto de fadas, enquanto comia uma maçã. Quem olhasse pra ela agora falaria que essa garota estava completamente apaixonada pelo Hyuuga. Talvez ela estivesse, talvez quisesse os dois, uma garota como ela que sempre viveu excluída pelos cantos é carente de atenção, e quando perceber o quanto isso é bom vai querer mais e mais e nunca será o suficiente. — Parece que foi perfeito. — Ino comentou. — Foi incrível. — Tenten suspirou. Me levantei não aguentando mais ouvir todo aquele conto de fadas falso. — Vou dar uma volta nos vemos na sala depois. Sai dali antes que elas falassem algo e caminhei pelos corredores vazios me sentindo sufocada. Ultimamente as coisas não faziam mais sentido pra mim. Mas o que perturbava mais a minha mente era a doença de Mikoto, eu não sabia nem ao menos o que era, Kizashi não teve a consideração de me dizer nada. Mas talvez fosse melhor assim, quanto menos eu soubesse melhor. Encostei em meu armário soltando um suspiro. — Sakura. — Oi Lee. — murmurei vendo o garoto sorridente a minha frente. Por que ele viva sempre feliz? Sua vida era tão perfeita assim? — Está aqui o que você me pediu. — me entregou o caderno do Hyuuga. — Obrigada. — Você parece triste, quem te deixou assim? Fale o nome que eu faço essa pessoa se arrepender amargamente. Sorri da sua cara que agora estava séria. Ele conseguia ser engraçado quando queria. — Não se preocupe, eu tô legal. — Tem certeza? — Tenho. — Você ta aqui sozinha, quer que eu te faça companhia? — me olhou esperançoso. — Não. — Tudo bem, então a gente se vê depois. Assenti brincando com a capa preta do caderno em minhas mãos vendo o sobrancelhudo ir embora. — Seu pai estava na minha casa hoje cedo. — Sasuke apareceu a minha frente me lançando um olhar interrogativo. Ele não vai desistir mesmo, parece que o suco ontem não bastou, o Uchiha vai continuar com os interrogatórios até eu contar o que estava acontecendo com sua mãe. — Bom dia pra você também Sasuke. — forcei um sorriso olhando em seus olhos negros atraentes. — O que ele fazia lá? — Não sei, passeando talvez. — Ele nunca fez visitinhas a minha mãe, por que faria agora? — acusou me fazendo bufar. Que cara mais paranoico. — Vai começar o mesmo interrogatório de ontem? — perguntei desanimada. — Vai me jogar suco de novo? É assim que você resolve os problemas? Jogando comida nas pessoas e vomitando nelas? Por que ele tinha que me lembrar daquele dia lamentável? — Eu não vomitei em você de propósito, achei que tivesse esquecido isso. — Era uma das minhas camisas preferidas. — retrucou e eu duvidava disso. — Se isso está te incomodando tanto eu posso comprar outra. — Não quero outra camisa, quero que me diga o que seu pai estava fazendo na minha casa. — Por que não vai perguntar pra ele? Está perdendo seu tempo com a irritante egoísta e insignificante aqui. — retruquei começando a me irritar. Ficamos nos encarando em silêncio e eu continuei séria não o deixando perceber o quanto suas palavras me abalaram. Ele estava sendo muito rude ultimamente e eu não aceito ser ofendida por ninguém, nem mesmo por ele. — Ei eu estava te procurando. — Neji apareceu se prostrando ao meu lado olhando de mim para o Uchiha que ignorou sua presença arrogantemente. — O que foi? — Eu acho que deixei meu caderno com você princesa. Franzi o cenho encarando Neji que sorria como se tivesse ganhado um doce, empurrei o caderno em sua direção e ele continuou ali parado. — Eu atrapalho alguma coisa? — perguntou encarando Sasuke que agora o olhava com ódio. Eles realmente se odeiam, tive certeza por essa troca de olhares sinistra. — Não. — o Uchiha respondeu seco nos dando as costas e indo embora. Suspirei aliviada, até que eu agradecia o Hyuuga. Se antes eu desejava está perto de Sasuke agora eu precisava fugir dele para não acabar falando o que não devia. — Obrigada. — Ta me agradecendo por que? Achei que gostasse do cara. — Neji cruzou os braços se encostando no armário ao meu lado me analisando. Passei as mãos por meus cabelos encarando o garoto ao meu lado. Ele não me respondeu quando perguntei o por que da briga dele com o Uchiha e eu não precisava o responder agora também. — Acho que isso não é da sua conta. — Acho que mereço essa. Sorri falsa e dei batidinhas em seu ombros lhe dando as costas ao ouvir o sinal tocar. Neji tem que se colocar em seu devido lugar e entender que quem manda nesse jogo sou eu. (...) — O que acha desse? — Ino trouxe um vestido rosa soltinho. — Ótimo. — peguei o colocando na cesta de Tenten. — Não é muito curto? — a nerd perguntou preocupada — Não, isso aqui também vai. — Karin retrucou jogando uma saia jeans em cima da garota. — Gente eu agradeço mas não tenho dinheiro pra pagar tudo isso. — Não se preocupe com isso. — falei olhando algumas blusas pegando algumas pra mim. — Mas... — Só aproveita garota. — Tudo bem. Fazer compras não era um problema pra mim, eu sempre sabia a hora de parar por isso meu pai liberava o cartão de crédito. Mas hoje eu acordei me sentindo egoísta e vou estourar seu cartão por puro capricho. Agora com certeza ele terá que agendar um tempo com a filha para lhe dar uma bronca. E eu vou está esperando ansiosa por esse dia. — Minha nossa, eu nunca comprei tanta roupa na minha vida. — Tenten disse sufocada no meio de tantas sacolas. — Você agora é uma de nós e deve andar com tal. — Vou virar líder de torcida também? — Com certeza. — Se você conseguir é claro. — Karin corrigiu. — Meninas vocês são incríveis. — os olhos de Tenten brilharam. — Achei que nerds odiavam líderes de torcida. — Ino comentou encarando suas unhas vermelhas. Tenten ficou calada mas logo voltou a sorrir. — Eu posso abrir uma exceção pra vocês. Claro que pode, esse era o seu objetivo desde o início. É bom ela saber o que está fazendo por que quando for dar o bote eu já estarei mais do que preparada. Ninguém é inteligente o bastante para me enganar. (...) Olhei as horas no meu celular vendo o carro de Ino se distanciar da minha casa. Arrumei minhas sacolas fazendo menção de entrar em casa mas vi Dona Mikoto na varanda ao lado. — Dona Mikoto. Invadi seu gramado aproximando-me da mulher sentada em uma cadeira de balanço observando a rua. — Ei querida. — sorriu ao me ver. — Como a Senhora está? — Estou vivendo, estava passeando com as amigas? — É a gente fez umas compras. — me sentei na cadeira ao seu lado. — Aproveite, essa época é a melhor da sua vida. — Estou tentando. — comentei rindo com a mesma. — Você é uma boa garota. Brinquei com o anel em meus dedos me sentindo envergonhada. Pelo visto ela é a única que acha isso. — Sasuke disse que meu pai veio aqui hoje. — É ele está me ajudando bastante. — Seu filho já está desconfiado e não para de me pressionar. — Já suspeitava disso. — Ele não vai parar até me fazer contar. — Não pode contar a ele Sakura. — ela soltou um suspiro ficando séria. — Eu sei, eu não vou contar nada a Sasuke. — segurei suas mãos a vendo assenti. — Então realmente estão escondendo algo de mim. Paralisei engolindo em seco me virando para a porta encontrando o Uchiha nos olhando com uma cara nada boa. Pronto agora já era.
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