Parte 1 - A Morte e o Término

1359 Words
Acordei como todos os dias fiz minhas higienes, preparei um café e fui para o escritório, tinha alguns casos para ver. Sempre fui muito pró-ativo, entrei na faculdade com 17 anos e aos 20 já estava formado, com uma vaga em um escritório de advogados muito renomados. Mesmo todo esse tempo longe de casa, sempre tive um bom relacionamento com meus pais, ligava para os dois todos os dias pela noite, conversávamos por horas. Minha mãe era a mulher mais gentil e doce que conhecia, ela me criou com muito amor e inocência, ficou tão feliz quanto meu pai quando consegui uma bolsa na universidade para cursar Direito. Meu pai era bem como eu, uma pessoa simples, amava minha mãe e amaria até seu último suspiro, cuidava da fazendo como se fosse sua vida. Chegando no escritório peguei um café e subi cumprimentando todo o pessoal que já tinha chegado, conversei com alguns clientes e na hora do almoço acabei pedindo algo, pois estava tudo corrido e não tinha como sair para comer. Meu celular tocou, sem nem olhar quem era senti meu coração acelerar, um m*l pressentimento. Olhei na tela e era minha mãe, atendi rapidamente. *Ligação On* - Mamãe, tudo bem? - perguntei animado. Ouvi ela fungar, estava chorando. - Tyler… - ela pausou. Meu coração disparou mais ainda, sabia que tinha acontecido alguma coisa. - Seu pai, ele morreu. - algumas lágrimas imediatamente começaram a escorrer pelo meu rosto. - Mãe, como assim? O que aconteceu? - perguntei rapidamente, ela soluçava. - Vem para casa meu filho - choramingou. - Estarei ai ainda hoje. - respondi sem pensar em mais nada. Precisava dela e ela de mim. - Tome cuidado, amo você. - Também te amo mamãe. *Ligação Off* Peguei minhas coisas e sai as presas, avisei a secretaria que não voltaria essa semana e que deveria transferir todos meus casos para outros. Cheguei em casa e comecei a fazer a mala, Liz, minha noiva estava viajando a trabalho, então apenas mandei mensagem avisando, qual não se deu ao trabalho de apenas responder. Consegui pegar um avião de última hora e foi realmente por sorte, minha cabeça estava confusa e se passava um turbilhão de coisas por ela. Ainda não acreditava que meu pai tinha falecido, acho que só iria acreditar quando realmente o visse dentro de um caixão, era mais loucura ainda estar voltando para casa depois de todos esses anos. Desci do avião e já sentia o cheiro do Texas, a poeira que voava junto a neve, estava frio. Peguei um casaco sobretudo na mala e peguei o primeiro táxi que vi estacionado, nossa fazenda ficava bem distante e próximo, só tinha outra fazenda da Senhora Eliza Jones, lembro que ela fazia deliciosas bolos para a lanchonete da Jane, nunca a conheci. Chegando em casa, ainda era exatamente como me lembrava, os cavalos continuavam no mesmo estábulo vermelho, a casa continuava sendo de pinus autoclavado na cor marrom escuro. Paguei o taxista e desci, subi as escadas da frente e bati na porta, rapidamente minha mãe surgiu e abriu a porta, me abraçou com uma força que nem lembrava que tinha. - Meu filho, como está bonito. - ela beijou minha bochecha e eu sorri. Ela estava com os olhos inchados e vermelhos. - Que saudade que estava da senhora. - a abracei mais uma vez. - Entre, está frio aqui fora. - peguei minha mala e entramos, os móveis continuavam intactos no mesmo lugar, as fotografias, tudo continuava igual. - Mãe, o que houve com o pai? - a encarei e ela foi para sala, sentou no sofá e eu a acompanhei. - Seu pai não quis contar para você, ele já estava doente a alguns anos… - a interrompi. - Câncer? - ela apenas concordou. - Como não me contaram? - Ele via o quanto você estava feliz, como tinha conquistado tudo que sempre quis. Tinha esperança que venceria essa doença e que contaria aos netos, mas ele não aguentou. - ela voltou a chorar e eu a abracei. - Vamos superar isso mãe. Choramos juntos por um bom tempo, já tinha tudo sido providenciado para enterro do meu pai, seria enterrado em um pedaço de terra da fazendo que era o cemitério da família, onde todos nós seríamos enterrados também. Subi até meu antigo quarto e ainda tinha tudo lá, minhas roupas antigas, meus livros maioria surrados já, alguns bonequinhos que colecionava quando criança, era pura nostalgia. Tomei um banho e vesti um terno preto junto a um sobretudo preto e cachecol. Meu celular vibrou e tinha apenas uma mensagem da Liz dizendo: “Tudo bem”. Desci e minha mãe já estava pronta, fomos para o local e tinha muitas pessoas lá, maioria ainda me lembrava, nos cumprimentavam com abraços e muito choro. O padre fez sua oração, ver meu pai naquele caixão sentia uma tamanha dor que nunca desejaria a ninguém, ele parecia tranquilo, sentiria falta dele, nada neste lugar seria igual. Voltamos para casa já estava anoitecendo, minha mãe tentava esconder a dor que sentia e isso estava me machucando cada vez mais. Iria ficar durante a semana para ajudá-la e ver alguém para ficar ajudando ela na fazenda. - Filho quer chocolate quente? - perguntou minha mãe na porta do quarto. - Claro - descemos até a cozinha e ela nos serviu. - E sua noiva, quando vai trazer ela? - perguntou forçando um sorriso. - Quero trazer ela logo, mas está sempre bastante ocupada. - forcei um sorriso. - Espero conhecer ela antes que se casem - rimos. - Ficará só até o final da semana? - Sim, tenho processos para cuidar mãe, pessoas dependem de mim - ela me encarou e sorriu. - Seu pai estava muito orgulhoso de você, ainda deve estar. Ela deixou uma lágrima escorrer e eu a abracei. Bebemos o chocolate quente e fomos deitar, o dia tinha sido longo, parecia que minha cabeça iria explodir. •Uma semana depois • Voltei para Hollywood e as coisas continuavam igual, mas sentia um vazio, sentia que devia ter ficado no Texas com minha mãe, ela precisava tanto de mim e eu não fiquei. Quando voltei para casa do escritório encontrei Liz em casa, vi suas inúmeras malas na porta e a encarei confuso. - O que é tudo isso Liz? - ela me encarou e tirou seu anel de noivado. - Eu tô indo embora Tyler, estou terminando com você - ela me entregou a aliança. - Porque? Fiz algo errado? - ela apenas sorriu e negou com a cabeça. - Para ser bem sincera, eu traí você, sei que foi errado mas eu amo outra pessoa. Ela saiu com as malas e bateu a porta. Me sentei na cadeira da bancada e ali fiquei por horas, parecia um sonho tudo isso, uma piada de m*l gosto. Porque tudo isto estava acontecendo comigo? O que fiz para merece tal coisa. Acreditava fielmente que Liz era a mulher da minha vida, que ela seria a mãe dos meus filhos, que construiríamos uma vida juntos, apenas me enganei. Toda a minha vida enfim, se tornou sem sentido, sentia que não estava fazendo o que queria ou o que deveria, precisava descobrir. *** •Descrição dos personagens Ella, Liz e Tyler • Tyler Adams, pele meio bronzeada e cabelos castanho escuro, pele clara, tem 1,75 de altura, tem 23 anos, olhos cor de mel. Até os 23 anos morava em Hollywood com sua noiva, era advogado bem renomado e voltou para fazenda da família quando seu pai faleceu, sua noiva terminou o noivado quando admitiu o ter traído. Com a morte do seu pai sabia que sua mãe não conseguiria cuidar da fazendo sozinha, sempre gostou do interior. (Narrador da história) Ella Adams, mãe do Tyler, pele clara com cabelos pretos, 1,65 de altura, tem 45 anos, olhos verdes. Liz Brooke, ex-noiva do Tyler, morena, carpelos curtos. Tem 1,65 de altura, tem 24 anos, tem olhos verdes e trabalha como modelo. Traiu Tyler por diversas vezes e quando o vê com outra, não aceita que ele esteja mais feliz que ela. •••
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