Ambos se olharam como se não soubesse bem como falar aquilo, então e menina percebeu o clima pesado e disse - eu sou a Mariana - ela disse levando e estendo a mão pra mim olhei ainda intrigada mas levantei a mão pra aperta também - meu nome e - comecei a falar e antes que pudesse concluir ela me interromper - Liz, eu sei, acho que todo mundo sabe - ela disse e eu fiquei com um pouco de vergonha e ela continuou - aonde você esteve todos esses anos ? - ela perguntou e eu olhei sem acreditar que ela realmente estava me perguntando isso como se ela tivesse o direito de saber, escolhi não responder, apenas olhei pro meus pais e disse - eu vou tomar um banho e vou deitar um pouco, ok?! - eles completamente envergonhados falam - então, a Mariana ficou com o seu quarto - olhei sem acreditar e ela termina - quando a Mariana chegou sua avó estava ficando no quarto de hóspedes e só sobrou seu quarto - olhei pra ela e disse - e como você deduziram que eu não voltaria, deram meu quarto pra primeira desconhecida que apareceu - falei e ambos me olharam e minha mãe disse - a gente sempre acreditou que um dia você iria aparecer, mas na época era nossa única escolha, não dava pra simplesmente deixar ela na rua - ela disse como se fosse óbvio e eu respondi - realmente, seria melhor se eu não tivesse voltado - falei isso e dei as costas pra eles, eles me chamaram mas não dei ouvidos, ao entra no quarto de hóspedes percebi que aqui não era mais o meu lugar, que eu não pertencia aquele lugar, depois de tudo que passei pra tentar voltar, eu não pertenço mais aqui. sou tirada dos meus pensamentos com a minha mãe e meu pai batendo na porta passa a mão no rosto na falha tentativa de conseguir secar as lágrimas e eles entram e meu pai começa falando - filha, ela passou por muita coisa - ouvir aquilo doeu mais do que tudo que eu já passei e senti uma raiva fluindo dentro de mim e disse - ah, ela passou por muita coisa, Eu tambem passei por muitas coisas, eu sofri pra c*****o pra pode voltar pra cá pra aonde eu achava que era meu lar, aonde eu estaria segurar novamente - a cada palavra que sai da minha boca eles parecem não acreditar que sou falando aquilo, mas não me interrompem - Deus sabe o inferno que é passei pedindo todos os dias pra alguém me tirar de lá, cada segundo que eu passava lá um pedaço da minha alma ia embora, a cada coisa que eu era obrigada a fazer sentia nojo, repulsa de me olhar no espelho, a única coisa que me dava forças pra não tirar a minha vida eram vocês- faço uma pausa pois estou cheia de lágrimas nós olhos e com dificuldade pra falar , mas me forço a continuar pra acabar com isso de uma vez - e quando eu chego aqui, vocês simplesmente apagaram tudo quanto e traços meu, e colocaram ela no lugar, p***a, eu sou filha de vocês, eu era só uma criança, eu não tenho culpa - meu pai ficou furioso e disse - você não tem culpa? e nós temos, gastamos fortunas e mais fortunas te procurando, colocamos recompensas por todo o país pra vê se os sequestradores entrevam em contato pra quem sabe negociar um resgate, mas nada, foram anos de agonia, anos te procurando, recendo pistas falsas e toda vez que uma pista falsa era entregue pra nós ou pra polícia seguimos cada uma delas sem perder a fé de te achar, mas adivinha? - ele perguntar mas nem ao menos me dá a chance de responder e continua - foi em vão e quanto mais pista falsa recebíamos pior eu e a sua mãe ficavamos, mantemos seu quarto do jeito que vc deixou por anos, mas ele se tornou uma tortura na qual eu e a sua mãe fazíamos com nós mesmo, por diversas vezes eu e a sua mãe entramos no seu quarto e choramos, nós culpamos por anos, fizemos terapia de casal pra quem sabe assim lidar com isso. em uma dessas pista falsa levou até um bordel aonde a Mariana foi traficada, ela e a sua mãe se apegaram e por isso ela está aqui e com o tempo eu também comecei a gostar dela depois de um certo tempo a polícia desistiu, você foi dada como morta e dedicamos seguir em frente - ouvir tudo aquilo foi o fim pra mim, mas sinceramente não queria mais discutir então eu respondi - eu só quero ficar um pouco sozinha - eles não disseram nada só se olharam e meu pai balançou a cabeça, eles saíram e eu deitei na cama chorando, não sei ao certo que horas eram mas em algum momento durante o choro, e os pensamentos eu dormir.
acordei com o sol entrando pela janela que tinha esquecido de fechar, ainda parecia mentira que eu estava ali, não me sentia em casa, me sentia um completa estranha na casa que deveria ser meu lar...
levantei da cama e fui logo pro banheiro tomar banho, ao chegar no banheiro tiro toda a minha roupa e entro em baixo da água fria, sinto aquela água fria percorrendo meu corpo, arrepiando minha pele. passei tanto tempo ali que nem me dei conta do tempo que passou, só me dei conta que já estava muito tempo ali quando ouvi alguém batendo na porta do quarto e digo - eu tô no banho, já saio - falei isso e minha mãe respondeu - tudo bem - após ela sair eu saio do banho, coloco uma roupa que estava em cima da cama e desço e encontro todos na mesa e minha mãe diz - que bom que as roupas serviram, eu fui no shopping hoje e comprei algumas roupas, mas não o bastante, quero fazer isso com você - não respondi, só concordei com a cabeça estava um silêncio sem fim na mesa até que a campainha toca e a empregada vai atender e vejo que e um policial e ele diz - bom dia, sei que ainda e cedo mais temos que levar a senhorita pra depor - olhei prós meus pais e disse - só vou me trocar - sai da mesa sem olhar pra trás, coloquei qualquer roupa e voltei pra sala e meu pai disse - você não precisa ir, pelo menos não agora -