Chegada

1088 Words
Parou num posto de gasolina no meio da estrada, já era a entrada de Bauru então, sim, ela fez a viagem non stop, mas ali era o limite, precisava estacionar urgente, não tinha vaga perto, nenhuma. O desespero.  Ela achou uma vaga ali, bem apertada espremendo uma outra caminhonete azul não deixando espaço para o motorista entrar, mas era uma emergência. Antes de sair correndo rabiscou um bilhete e colocou no parabrisas do carro e foi.  Se tivesse esperado um pouco, veria a distância uma bela ruiva de curvas abusivas indo feroz em direção a ela estacionando, ela estava quase gritando avisando que a louca da caminhonete vermelha estava fechando ela.  Não deu tempo a loira de r**o de cavalo deixou um papel e correu. - Deve estar indo tirar alguém da forca.  Samantha sem alternativa, com uma raiva contida nos olhos foi em direção aos carros. Poderiam ser gêmeos não fosse a cor.  Estendeu a mão e pegou o papel, na verdade um bilhete. Abriu um sorriso não acreditando no que lia.  “Antes de mais nada, sei que você está me xingando. 1000 desculpas! Esta que está abusadamente fechando as portas do seu garboso ford azul, é a Jandira, minha amiga e parceira, por favor não arranhe nem quebre os vidros ela irá sentir muito, e eu me sentirei culpada. Já estou, pois sei que estou te atrasando. Mas preciso urgente de um banheiro, espero achar logo e te aliviar deste transtorno.  Te trago um chocolate como oferta de paz.                                                                                           Beijo. Mona,” Ok, era uma explicação, Samantha sorriu, sem alternativa escalou o ford, colocou as sacolas na traseira e sentou sobre o capô.  Estava quase meditando em posição de yogue quando avistou a loira se aproximando. - Sério? Ela está sorrindo? falou consigo. Samantha observava a loira vindo calma, feliz andando com a mão no bolso do jeans lavado e desfiado que denunciava as curvas daquele corpo. - Deus é justo, mas a sua calça… Pensou e enrubesceu, sério por que enrubescer se deu conta que olhava  a moça de forma estranha e o calor que estava sentindo ia além da temperatura normalmente quente da cidade.  Arregalou os olhos e sentiu que respirava com dificuldade. Por quê? Monaliza constrangida e igualmente acalorada se aproximava exitante de Jandira, de longe ela tinha visto a ruiva sentada em posição de yogue no capo do carro, e isso a fez sorrir a mulher estava fazendo yoga para não atacar Jandira, só podia, olhou de longe e o carro parecia estar em perfeitas condições, ainda bem.  Colocou as mãos no bolso, sinal de defesa discreta e sorriu constrangida, sabia que tinha atrapalhado o caminho de alguém.  Desculpa. Disse para a moça yogue na sua frente e baixou os olhos. - Mas eu deixei um aviso. Sim, deixou estou lendo ele e tentando entender. A ruiva disse com um sorriso que fez os olhos de Monaliza se iluminar.  Então ambas olhando dentro dos olhos verdes uma da outra, não conseguiam desviar o olhar. Num esforço ela desviou o olhar e começou a se justificar.  Olha eu venho dirigindo de São Paulo sem parar, bebi toda água que tinha comigo, e não parei queria chegar logo, mas aí na última garrafa minha bexiga se revoltou, imagina neh, ainda faltam alguns quilômetros e bam!, parada pra xixi.  A moça riu, doce e acolhedora.  Por que não parou? Está fugindo? Quando vi você me fechando e sair correndo pensei mesmo que estava ou fugindo ou em missão de resgate.  Na verdade os dois, rsss. Desculpa eu não te vi. Mas estacionei com cuidado para não causar danos ao garboso. Terminou de falar e ficou vermelha como tomate.  Garboso? Samantha gargalhou.  Gente que gargalhada gostosa, cheia de vida. Quero! Pensou Monaliza.  Vai parecer loucura, mas foi esta a impressão que tive, que seu ford era Garboso, com letra maiúscula e Jandira concorda comigo.  Ah sim Jandira. Eu sei que homens colocam nomes em carros, geralmente carros de corrida velozes ou clássicos, mas uma Pickup e uma mulher coloca o nome? Estranho.  Sinto um certo preconceito! Monaliza falou e foi a vez de Samantha ficar vermelha.  Desculpa não quis ofender, só tento entender.  Bem, eu coloco nome em tudo, na verdade os nomes se apresenta. Quando Jandira entrou na minha vida foi assim e desde então somos parceiras.  E o meu carro se apresentou como Garboso? Você reparou que são iguais né? Sim mas ele se apresenta como o dono do pedaço, principalmente ocupando duas vagas.  Samantha agora riu de verdade.  Neste caso então eu preciso justificar. Falou isso descendo do capo do carro.  Ao fazer isso, Monaliza viu o corpo da garota que usava roupas largas mas que evidenciava e escondia um corpo perfeito e aparentemente musculoso. Ela sentia o ar escapar. Era claro o desejo que sentiu ao olhar para a jovem que descia distraída de sobre o carro.  Samantha se afastou um pouco dos dois carros e fez sinal para que Monaliza ficasse  ao seu lado. Ao que a moça fez sem resistência.  Olhe, todos os carros estacionados nesta faixa são folgados e estão comendo vagas. Menos o meu que é Garboso e a Jandira que é certinha. Acho que eles deveriam sair. - Nossa por que disse isso? Por que estava nervosa? Por que encarava Monaliza com esta fome? Haha claro, eles deveriam se ligar, assim que eu achar a minha casa deixo ela se divertir.  Como, achar? Você não está a passeio? Estou me mudando, e seguindo o gps.  As duas não sabiam mais o que falar. Um mixto de felicidade e ansiedade uma queria conhecer mais a outra, mas chegaram num ponto que seria invasivo fazer mais perguntas, sem falar que não se deram conta que o tempo estava passando e ambas perdidas no verde olhar da outra.  Monaliza tomou a iniciativa e avisou que tiraria Jandira, para que pudessem partir. No fundo não queria, mas era preciso.  Samantha também não queria, estava sentindo um vazio, mas ajudou a moça a manobrar o carro. Quando já em posição de partida Monaliza coloca a cabeça pra fora do carro e grita.  Desculpe o transtorno, eu esqueci de entregar o chocolate. - Estendeu a mão para entregar o chocolate e os dedos se tocaram. Eletricidade foi passada de uma para outra, ambas se encararam de forma eterna e então a loira buzinou sorriu e partiu.  Samantha viu Jandira a caminhonete vermelha partir e sorriu sem graça. Certeza que nunca mais se veriam, a moça foi legal se explicou foi muito gostoso conversar com ela. Aqueles olhos, aquele corpo que despertou uma sede diferente nela, sentimento que ela não sabia explicar. Cumpriu com a palavra entregou o chocolate, diamante n***o o seu favorito.  Fez tudo certo, só não perguntou o meu nome. A gente nunca mais vai se ver.
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