Capítulo II

4752 Words
Quando termino de falar com minha mãe. Desligo o telefone e fico zapeando um pouco na Netflix. Não acho nada de mais no catálogo e coloco mim filme qualquer de romance. Fico mais interessada no meu lanche do que no filme até os protagonistas começam a se beijar. Olho o beijo sem graça e dou uma risadinha. Sabe o que seria muito decepcionante? Ah, lá vou eu de novo pensar nesse bruto, mas sabe o que seria bem decepcionante? Se o grandão beijasse m*l ou se tivesse o p*u muito, mas muito pequeno. Tipo, eu não ligo para tamanho, mas ele é grandão. Não reparei no tamanho do volume nem nada, não tive nem tempo com as nossas briguinhas, mas parando para imaginar, se for para seguir o tamanho, ele deve ser grande e grosso. c*****o, ele deve ter um p*u magnífico. Ahhh que isso, Any? Credo. Para de pensar do p*u do cara. Você nem sabe o nome dele. Fica pensando no p*u alheio. Desligo a TV. Coloco o vinho na geladeira e decido ir dormir. Acordei cedo hoje e estou com sono. Ouço o barulho da porta ao lado e eu me aproximo devagar. Olho no olho mágico e vejo que o grandão olha para a mesinha feia, ele sorri de lado e ajeita o boné. Está todo de preto novamente e com a mesma bolsa. Onde ele vai a essa hora? Não é da minha conta! Saio da porta e vou até meu banheiro escovar os dentes. Deito na cama quando termino e me cubro. Ainda bem que amanhã não tenho que acordar cedo. Me ajeito em minha cama enorme e tento dormir. ♥♥♥ Saio do meu apartamento e encontro o grandão esperando o elevador. Ele não está todo de preto e está bem estiloso, na verdade. Aproximo me dele e ele sorri para mim abertamente. Que? Como assim, que sorriso lindo. – Você deveria sorrir mais fica lindo assim. – Digo. Ele molha os lábios, me olha safado e chega bem perto. – E você podia me beijar mais fica linda assim. O grandão chega perto e eu beijo seus lábios finos ficando na ponta dos pés, ele agarra minha cintura. Ele não usa língua e quase não abre a boca. Tento melhorar o beijo, mas ele faz um biquinho e eu acabo lambendo-o todinho. Ele tenta colocar a língua, mas não dá certo, pois ele põe e não tira mais. Que isso? Não é assim que se beija. Você põe a língua e depois recolhe, põe a língua e depois recolhe. É básico. Quando penso que já deu e o beijo ficou estranho demais percebo que suas mãos estão apoiadas meus ombros. Ele não tem pulso firme na hora do beijo e não beija nada bem. Paro de beija-lo e encaro seus olhos. Ele sorri e eu tento também. Mas minha decepção é maior. – Que foi? Não gostou? Eu achei incrível. – Então... Foi estranho e... Eu vou para casa, grandão. Dou as costas para ele e tomo um susto. Acordo com o despertador. Esqueci de desligar. Passo a mão no rosto com os olhos grudados e pego meu celular. Desligo o barulho irritante e coloco na cadeira que improvisei de mesinha. Nem me dou o trabalho de ver as horas, é de madrugada. Que merda de sonho foi esse que eu tive? Ah, credo. Que beijo horrível. Que vergonha que eu senti. Ainda com sono viro para o outro lado e tento voltar a dormir e não pensar nesse beijo horrível que eu tive com o vizinho. Ah, e por que p***a que eu estou sonhando com ele? ♥♥♥ Segurando minha garrafinha de água subo até a academia do prédio. Preciso malhar um pouco e apesar de ser domingo eu ando comendo muito. Ontem depois do sonho ridículo que tive eu voltei a dormir e passei o dia todo sem fazer nada. Não fiz minhas carolinas e estou já há 3 dias com vontade. Não vou comprar, eu já comi duas da padaria aqui perto e são gostosas, mas quero as minhas. Eu as faço como ninguém. Noto que está movimentada hoje e entro meio tímida. Decido começar correndo. Coloco meus fones e corro até meus pulmões não aguentarem. São uns 40 minutos me torturando ali até que passo a fazer musculação. Malho minhas pernas e faço alguns agachamentos. Seco meu suor depois de algumas séries exaustivas e bebo minha água sentindo minhas pernas tremerem. Um homem loiro e alto com um sorriso radiante vem até mim e estende a mão. – Oi. Você deve ser a nova moradora do 68. É um prazer te conhecer. – Sou sim – Sorrio e estendo a mão de volta – Any. – James. – Ele sorri – Espero que esteja gostando do prédio. – Eu estou sim. Obrigada. Está sendo bem legal para mim. – Bom, você se mudou recente, se precisar de qualquer coisa, pode me chamar, moro no 37. É só me ligar que eu vou. – Sorrio e arregalo os olhos. – Que gentil da sua parte. Muito obrigada, se eu precisar eu chamo sim. Nossa, é tão bom encontrar alguém simpático por aqui. – Não tem visto muito disso aqui né? Eu imagino que as portas ao lado possam ser bem difíceis – Põe as mãos na cintura mostrando seu braço forte e tatuado. Eu sorrio e serro os olhos por entender o que ele diz. – É. Podem mesmo. E são – Dou risada junto com ele. – Mas vai ficar tudo bem. Espero encontrar mais vizinhos como você, James. Termino de malhar mais contente por causa da minha nova amizade. Assim que tomo meu último gole de água eu dou um tchau para James com a mão e saio da academia, mas não pela mesma porta que entrei. Passo por uma área aberta com algumas mesas e bancos bem longos. Dou a volta na espelhada academia e quando olho para dentro vejo o grandão entrando. Ele cumprimenta algumas pessoas e reparo como ele se destaca. Eu devia ir falar com ele agradecer pelo vinho, mas fico acanhada e acelero o passo. Vejo que o elevador vai demorar então desço pelas escadas. Por que estou fugindo dele? É só ir lá e dizer obrigada. Talvez depois. Tomo um banho para tirar todo o suor, lavo meu cabelo e hidrato. É um combo, né? Passo meu óleo pós banho como sempre e coloco algo mais fresquinho para vestir. Um shortinho confortável, bem curto e de malha é perfeito. Minha camisa larga e longa também é perfeita. Amo ficar em casa e não ter que usar calcinha ou sutiã. Animada por finalmente conseguir fazer minha receita separo os ingredientes que vou precisar e confirmo se tenho tudo. Ah, não. Falta o creme de leite para a ganash. Droga. Procuro pela cozinha e nos armários. Como que eu fui esquecer o creme de leite? Ah não. Assim não dá. Se eu usar o leite condensado vai ficar brigadeiro, calda e não quero assim. Vai ficar muito doce. O recheio já é doce, quero a cobertura mais amarga, comprei as barras de chocolate assim nessa intensão. Olho no relógio. São 13h47. Hoje é domingo o mercadinho fecha às 14h, se eu correr eu consigo comprar. Ah, não vou passar mais um dia sem minhas carolinas. Eu amo. Calço meus chinelos e vou até a porta. Ah, o avental, a toca e o mais importante: O dinheiro. Tiro os dois na pressa, pego 10 reais jogado na mesa de centro e fecho a porta. Ando até o elevador e aperto o elevador com pressa. Olho para minha roupa e noto que meus shorts estão realmente curtos e minha camiseta não é tão longa assim. Toco em minhas polpas e noto que estão de fora. Droga. Não dá tempo de trocar. Dou alguns passos e olho no espelho grande que tem corredor. Vou assim mesmo. Cadê o elevador? Não vou correndo de escada. São alguns bons lances. Aperto várias vezes o botão do elevador e com pressa. Na mesma hora a porta das escadas se abre o grandão sai de lá de dentro todo suado. Senhor. Que delícia. Ele me observa e nota minha pressa. Fecha a porta atrás de si e me olha de cima a baixo. Fico vermelha e tento abaixar meus shorts, mas não dá. Olho para seu rosto fodidamente lindo e ele molha os lábios. Aí que clima. Ponho o cabelo atrás da orelha e olho para onde o elevador está. No térreo ainda. Eu olho para ele novamente e fico com vontade de dizer um “obrigada”, mas não sei se ele vai me prender num assunto ou sei lá. Não quero dizer obrigada e sair correndo. Ele me fita todinha novamente e finalmente ouço sua voz. – Está com pressa, Any? – Sim. – Vai aonde assim? – Pergunta e limpa o suor da testa com sua toalhinha. – Vou ao mercadinho comprar creme de leite. Vai fechar e eu preciso muito. Por que que ele quer saber onde vou e por que que eu estou dando satisfação? Da última vez que nos encontramos ele foi bem grosso e aposto que vai dizer "deveria ter comprado antes" – Não sai daqui – Diz e anda até seu AP. Eu reparo em suas costas e depois vejo como ele tem a b***a grande e... Uau. Redondinha. Ele entra em sua casa e eu volto minha atenção ao elevador. Se chegar eu não vou ficar parada aqui. Que demora do cão. Tem tanta gente assim usando? – Any – Meu nome fica perfeito eu sua boca. Viro-me e ele levanta o olhar rapidamente, estava olhando para minha b***a. Também está toda de fora praticamente, mas não é justificativa. Olho em suas mãos e ele segura duas caixinhas de creme de leite. Ah, ele vai mesmo me emprestar? – Pode usar essas. Eu não sei nem por que comprei – Olha para meus olhos e fica me encarando. Ele estende a mão grande e eu pego hesitante. – Não vou usa-las. – É sério? Acho que se eu correr eu consigo comprar. Não precisa se incomodar comigo. – Falo e estendo as caixinhas para ele. – Não consegue não. – Está duvidando da minha capacidade? – Não. O mercadinho já fechou. Fecha às 13h aos domingos. – Diz e me olha inteirinha de novo. – Ah, é por isso – O elevador chega e as portas se abrem. Olho para dentro e depois para ele novamente. Começo a atravessar o corretor até meu AP e ele também – Obrigada. Foi muito gentil. E também obrigada pelo vinho eu gostei muito – Paro em frente a mesinha feia e viro de frente para ele. – Não há de que. Era o mínimo por eu ter quebrado sua garrafa. – Diz. Ele respira fundo e parece tomar coragem para falar algo, mas não fala – Eu vou indo – Abre a porta de seu apartamento e eu me viro de costas abrindo a porta de meu apartamento – Ahm aliás, ia mesmo ir só de calcinha para a rua? – Pergunta e eu ponho os dos lábios para dentro da boca cobrindo o riso. – Não é calcinha. É um shorts. Um shortinho. – Um shortinho – Ele repete e levanta as sobrancelhas. Começa a fechar a porta bem devagar e eu faço o mesmo, ouço ele falar baixinho – Maldito shortinho. Retorno a minha cozinha e coloco meu avental novamente. Com um sorriso bobo no rosto eu faço minhas carolinas com toda a calma do mundo e amor. Ouço um barulho da porta ao lado, e quando coloco as carolinas no forno eu e minha curiosidade vamos até a porta ver. Ele está vestido mais simples agora e seu cabelo está molhado. Esse homem não para em casa não? Paro de cuidar da vida dos outros e volto a cozinhar. Fico zapeando os canais da tv depois que tiro as carolinas do forno e descubro que o canal 3 é uma câmera de lá da portaria. Olha só. Interessante. Largo o controle e monto meus docinhos. Renderam muitas. Meu deus. Pego um potinho e decido separar algumas para o grandão. Não sei se ele gosta, mas ele me deu o creme de leite e me ajudou. Recheio com brigadeiro bem cremoso, banho algumas por inteiro na ganash e outras apenas em cima. Ah, mas será que eu dou mesmo? Sim, vamos tentar contornar nossa relação, né? Coloco as mais bonitas no potinho e fecho. Vou aproveitar que ele saiu e deixar em cima da mesinha feia. Eu tenho que parar de dizer que é feia. Mas é mesmo. É um verde feio e está toda acabadinha, talvez uma reforma cairia bem. Coloco numa sacolinha e deixo em cima da mesinha, mas mais para o seu lado. Assim como ele fez com o vinho. Ouço o barulho do elevador e alguns latidos. Corro para dentro de casa e fecho a porta com cuidado para ele não perceber que eu estava ali fora. Isso se for ele. Corro para pegar uma carolina e coloco na boca observando pelo olho mágico. Eu sei, sou curiosa, mas quero ver. Ele aparece com um cachorro gigante que pula em cima dele e depois vai para o chão. O Grandão beija a cabeça do Pitbull e olha para a sacolinha. Ele tira a Tupperware de vidro dentro, olha para minha porta e eu fico imóvel. Não posso fazer barulho, imagina se ele descobre que eu estou aqui espiando ele? Deixo a metade mordida da corolina que estava na minha mão cair e o Pitbull fareja por debaixo. Ele late e arranha minha porta. Merda. – Vamos, garota – Ele chama. Ah, é fêmea. Antes de fechar a porta de sua casa, ele olha para a minha e sorri de canto. Mas vira o rosto e eu não consigo ver. Ahh, nunca vi esse homem sorrindo. E parece que não vou ver, ele nunca sorri, sempre está sério. E acho que ele sabe que eu estava olhando. Meia hora depois a minha campainha toca e eu fico alarmada. Eu não estou esperando ninguém. Ponho minhas pantufas e vou devagar. Abro a porta e uma cachorra pula em cima de mim. Dou grito e caio no chão. Que isso? Quando penso que a Pitbull vai me atacar, ela me lambe e fica eufórica pulando em cima de mim e depois em cima dele. – Caralho. Calma, garota. Vem. – Ele a pega no colo e a leva para a casa. Fecha a porta de fazer carinho nela e volta. Ponho o cabelo para trás e levanto do chão. – Sua cachorra é bem animada. – Ela gosta de pessoas. Adora. – Percebo que minha vasilha está em suas mãos e ele respira fundo. Fico parada olhando para ele, quando ele inspira fundo e fecha os olhos eu encaro seu corpo. Arregalo quando vejo o volume por baixo da bermuda moletom. Disfarço olhando para seu rosto e ele abre os olhos depois de inspirar fundo mais uma vez – Eu vim trazer seu potinho de volta e agradecer pelas carolinas. – Ele é sexy. Ele é fodido na beleza e muito sexy. – Por nada. Você me deu um ingrediente achei justo eu te dar algumas. Que bom gostou. – Pego de suas mãos. Ele põe as mãos bolso e meus olhos são atraídos por um segundo para seu volume e voltam. Disfarço e prendo meu cabelo longo em um coque. – Foram as melhores que eu já provei. Sério. Você tem o dom. Aqui está cheirando muito bem. – Diz e eu sorrio. Ele gostou. – Quer mais algumas? – Ofereço indo para a cozinha, mas ele n**a. – Não precisa, eu já... – Eu fiz várias. Mais do que eu posso comer. Por favor, leva – Olho para ele e o pego olhando para minha b***a mais uma vez. Ele desvia o olhar rapidamente, mas sabe quando você pega as pessoas no pulo, então! Coloco mais algumas na vasilha e tampo. Obrigada mesmo, estavam ótimas. – Entrego para ele. O grandão pega o pote e me olha agradecido. Ele vai até a porta, para e vira de frente para mim. Parece tomar coragem novamente para dizer alguma coisa. Algo que ia dizer mais cedo, mas não falou. Espero paciente e ponho as mãos em frente ao corpo. Novamente reparo em nossas diferenças de tamanho e sorrio de canto olhando para meus pés. – Desculpa. Desculpa, por tudo. – Ele é todo fortinho e marrento. É frio as vezes e mantém uma pose de bravo, mas é um fofo pedindo desculpas. Ahh eu quero amassar as bochechas dele e... Chega. Ele foi grosso não está fazendo mais que a obrigação, Any. Se controla. Mas que ele está fofo, ele está! – Não tenho sido legal com você e a gente nem se conhece. – Ok. Eu desculpo. Acho que começamos com o pé errado. – Falo. – É eu... Eu tenho sido bem grosso com você. Eu sou grosso, na verdade, e e******o, na maioria das vezes, mas desculpa por tudo. De verdade. – Molha os lábios e eu sorrio de canto. Ele não sorri de volta, mas me olha com alguma coisa nos olhos. Só não sei o que é. É algo bom. – Pelo bem da nossa convivência, prometo não ser i****a. – Tá certo. – A cachorra dele late e começa a arranhar a porta. – Se você não for i****a, a gente pode se dar bem. – A cachorra dele chora e nós dois olhamos para fora. – Eu vou pra casa se não ela derruba a porta. Literalmente. Obrigada mais uma vez, Any. Contemplo suas costas imensas e sua b***a redondinha. Olho para seu pescoço grosso, nuca perfeita e seu cabelo perfeito. – Ei, grandão – Ele me encara com um olhar divertido. Ele gostou do apelido. – Não sei seu nome. – Olha para baixo e depois para mim com um sorrisinho. – Acho que você já arranjou um apelidinho para mim. Encosto no batente da porta e cruzo os braços – Ainda assim que saber, pequena? – Quero, grandão – Falo dando ênfase no apelido. – Noah. – Tremo todinha quando ele pisca para mim. Ah, até o nome é bonito. Fecho a porta também e caio no sofá. Ah. Nem parece que há dois dias atrás estávamos nos odiando. Acho que estamos progredindo e ele não foi mais grosso comigo. Fomos da estaca de ódio para a estaca de nos tratarmos com apelidinhos. Mais tarde quando acabo de limpar a casa eu preparo um banho para mim. Pego o vinho que ainda restou e levo para o banho. Ouço um barulho e vou até a porta ver Noah. Ele não para em casa mesmo. Dessa vez, não está todo de preto, mas sua bolsa grande vai junto com ele. Será que ele trabalha durante a noite em algum lugar? Sempre sai esse horário. Toma conta de sua vida, Any. Imagino minha mãe falando e saio da porta. Pego meu celular e ligo para ela. Tenho que contar a evolução que tive hoje e também que amanhã já começo no novo emprego. Ah. Ansiosa pelo treinamento e mais ansiosa ainda pelo dinheiro. ♥♥♥ O dia de treinamento foi incrível. Conheci mais da empresa e as pessoas foram bem legais comigo. O trabalho e fácil, mas tem muita coisa para aprender e muito sistema. Vou trabalhar das 07 às 13h então vai passar rapidinho. Bem menos do que meu último emprego. Eu trabalhava quase o dia todo e ganhava menos. Quando saio do trabalho passo no shopping e em algumas lojas de móveis. Quero uma mesa bem bonita. Quero as cadeiras com detalhes em ciano escuro para combinar com meu sofá. Por enquanto dou apenas uma olhada, não vou levar hoje. Agora, um enxoval bonito, lençóis e colcha para minha cama eu compro sim. Compro também um tapete felpudo cinza claro para colocar na minha sala e conjuntos de tapete para banheiro. Compro um rosa e um preto para combinar com as toalhas. Ah que peso. Tenho seriamente que parar de andar de saltos para lá e para cá e comprar uma bolsa grande de rodinha. Não tenho carro ainda e não terei por tão cedo. Tenho gastado muito. Ainda entretida com as coisas do shopping, compro um aromatizador de ambiente, um banquinho redondo preto com a base em rose gold. Ah, vai ficar lindo no meu quarto. Ah, agora chega. Chega mesmo. Minhas sacolas estão amarrotadas e esse banquinho pesa quando juntado com as outras coisas. Devia ter pedido tudo pela internet. Merda de shopping que me faz gastar. Decido pedir um Uber. Não vou pegar ônibus com tudo isso aqui e ainda por cima andei tanto que meus pés estão me matando. Assim que chego, tenho certa dificuldade em tirar as coisas do banco. O motorista foi bem m*l humorado e não me ajudou em nada. Pego todas as sacolas e coloco no chão em frente as escadas. Ah, dai-me força. Merda, meus pés estão chorando. – Precisa de ajuda? – A voz que eu estou passando a gostar ecoa pela rua e eu olho para trás ainda curvada. Antes que eu pegue as sacolas, Noah chega perto eu sinto o cheiro de seu perfume. Minha nossa. Que cheiroso. E é perfume caro, cheiro de homem gostoso. Isso sim. Eu podia cheirar sempre. – Preciso. Por favor. – Fico ereta e olho para ele cansada. É para carregar você ou as sacolas? – Pergunta e coça a parte de trás com o cabelo. Ele tem um olhar divertido. – Engraçadinho – Falo e pego uma sacola. Ele pega todas, inclusive a que estava em minhas mãos. Suas mãos grandes conseguem segurar todas em uma só. Ando atrás dele mais devagar por conta dos saltos, praguejo por conta dos pequenos degraus de mármore e quando menos espero ele me pega no colo com o outro braço. Solto um gritinho e seguro em seus ombros largos. Solto uma risadinha e ele me coloca no chão quando entramos no prédio e passamos pelo portão. Fico vermelha e contenho um sorriso. Eu gosto quando me pegam no colo e ser pega assim por ele tendo a oportunidade de tocar em seus músculos foi bom. – Você não pesa quase nada, hein. – Diz. – Peso sim. Você que é fortinho demais. – Noah olha para mim de canto e depois desvia o olhar. Fico curiosa para saber como o sorriso dele é ou até mesmo a risada dele. Caramba, deve ter uma gargalhada gostosa de se ouvir. Muito gostosa. Aperto o botão do elevador e ele já está no andar. Que ótimo. Geralmente demora. Entramos e ele não solta as sacolas um segundo para descansar. Ele olha para as sacolas e depois para mim. – Dia rendeu hoje? – Sim. Fui dar uma olhadinha em umas mesas de jantar e comprei algumas coisinhas. – Algumas coisinhas – Ele levanta as sacolas e me encara. – Não vamos para nenhum lugar? Diz e eu reparo que não apertei nenhum botão. Ponho a digital e tiro os saltos. Ele me observa e fica olhando para os meus pés. Chegamos em poucos segundos e eu tomo frente. Não me atrevo a olhar para trás, mas aposto que ele está olhando para minha b***a. Ele sempre está. Pego minhas chaves e abro a porta de casa. Ele entra depois de mim e coloca as sacolas no chão. – Muito obrigada. Eu realmente não sei se aguentaria trazer tudo. Eu estava quase morrendo no shopping. – Por nada – Inspiro fundo e realmente seu perfume incrível preenche o local – Eu imaginei que não conseguiria. Noah põe as mãos no bolso olhando ao redor e meus olhos traiçoeiros olham para o volume dele. Molho os lábios e desvio o olhar bem rápido. Será que ele viu? Merda, sinto meu rosto ficar vermelho em segundos e Noah não diz nada. Droga ele viu. – Eu vou embora. Vou deixar você descansar, parece estar precisando. – Eu preciso de um banho quente e uma boa massagem isso sim. Ele me olha diferente e eu arregalo os olhos. Será que ficou malicioso? Pareceu que eu estava pedindo massagens dele. – Não foi uma indireta. Eu não quero que faça massagens em mim e não que eu não queira que toque em mim eu só não.... – Apresso-me em dizer e paro de falar. – Eu entendi. Relaxa – Diz virando e indo em direção a porta. Ele nunca sorri abertamente com a boca. Apenas dá um sorriso de canto, mas seus olhos dizem muito. – Tchau, pequena. – Diz e eu contenho meu sorriso. Eu não sei por que, mas eu gosto quando ele me chama assim. – Tchau, grandão. – Falo e ele olha para mim ainda de costas. Ouvimos sua cachorra latir e fazer a maior festa. Assim que ele abre a porta, ela vem correndo até mim e pula no meu colo. Eu não caio no chão, mas desta vez eu a abraço. Morrendo de medo, mas a abraço. – Ela não vai me morder não, né? – Não. Ah não ser que você fique muito perto de mim. Aí sim, ela tem ciúmes. Me defende com unhas e dentes, não sei se é minha mãe ou minha namoradinha. – Noah olha para ela – Né, garota? Linda do pai – Ela corre para perto dele e abana o r**o várias vezes. – Vamos – Noah a pega no colo e nós entramos em nossos apartamentos. Eu devia ter convidado ele para jantar ou algo tipo, mas estou cansada. E talvez outro dia convide. Talvez outro dia a gente possa conversar realmente e se conhecer melhor.  ... A semana tem passado rápido e eu estou me saindo bem no emprego. Tenho falado bastante com mamãe e ela está mais curiosa pra saber do Noah do que eu mesma. Ela acha que gosto dele e eu digo que ela é doida. Esses dias ele tem saído bastante, mais que o normal. Não que eu tenha visto e fique de tocaia, mas eu ouço com frequência. Além disso a garota, cujo o nome é lady, late muito alto. Às vezes ela arranha minha porta e eu fico tentada a abrir. Faz um tempo que não falo com Noah. Não nos vemos com tanta frequência. Além disso, eu fiquei um pouco envergonhada outro dia. Eu estava voltando do trabalho e o encontrei com uma mulher. Ela era linda. Alta, magra, loira e tinha um rosto bem delicado. Ela parecia uma modelo. Eu os peguei selando um beijo, ela sorria para ele o tempo todo, mas Noah não estava tão radiante quanto ela. Imaginei que eles devessem ter transado horrores. Com certeza. Linda daquele jeito ele deve ter ficado louco. Fiquei envergonhada por pegar os dois se beijando, pelo sonho ridículo que eu tive e por ficar pensando nele enquanto ele tem namorada. Sabe quando você se sente boba? Até achei que ele gostava um pouco de mim. Olha que i****a que eu sou. Ah, só porque ele foi gentil eu já levei para outro lado. Também não n**o que senti uma pontinha de ciúme, mas não me julga, demorou uma semana para eu admitir isso e só estou admitindo hoje. Ah. Que triste. Eu terminei meu antigo relacionamento recente, não sei se já mencionei. Aconteceram tantas coisas e tenho conhecido tanta gente que até esqueci disso. Marco o nome dele. Éramos ótimos no começo, mas acabou a magia, sabe? Ele não me traiu nem nada, mas era bem agressivo. Nunca chegou a me bater, mas quando brigávamos ele gritava muito comigo e queria sempre ficar bem perto e crescer para cima de mim. Um dia me empurrou com o peito e eu fiquei incrédula. Terminei antes que acontecesse alguma desgraça e o coloquei no lugar dele. Desde então nunca mais o vi e ele sumiu da minha vida, ainda bem. Eu não gostava mais dele mesmo, como eu disse a magia havia acabado. Eu tenho frequentado a academia e James muitas vezes está lá. Conheci sua esposa, Helena, outro dia e amei a mulher. Ela é mais alta que eu, bem gordinha e linda. Ela tem um corpão e é toda delicada. É desinibida, não tem timidez e é conversadeira. Estamos marcando sempre de irmos malhar juntas. Hoje está uma tarde bem fresquinha. Está bem gostoso.
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