UM NOVO RITMO
Era 9 de maio, e o fim da tarde trazia aquele frescor que só a nossa cidade proporciona.
Fui buscar meus filhos na escola, a mochila já pronta para mais um mergulho em suas vidas vibrantes. Assim que o mais novo me viu, correu com um sorriso que iluminava o pátio.
"Mamãe!", ele exclamou, estendendo as duas mãozinhas. Em cada uma, um pedaço de papel. Eram dois lindos papéis com uma arte feita à mão, formando uma flor. As cores vibrantes e os traços infantis encheram meu coração de uma alegria simples e pura.
"Que lindo, meu amor! Para mim?", perguntei, agachando para abraçá-lo.
Ele sorriu, os olhos brilhando. "É para você, mamãe! Porque você é a melhor!"
Abracei-o apertado, sentindo o carinho genuíno daquele pequeno gesto. Depois, seguimos para buscar o mais velho, que já me esperava na porta de dentro da escola. Ele se aproximou com uma calma diferente, mas com o mesmo carinho no olhar.
"Oi, mãe", ele disse, me entregando um desenho feito a lápis. Era um desenho da nossa família, com ele, o irmão, Eliandre e eu. E bem grande, no topo, a frase: "A melhor mãe do mundo".
Meu coração se encheu. "Ah, meu filho! Isso é lindo! Muito obrigada!"
"É porque você é a melhor mãe do mundo", ele repetiu, com a seriedade própria da sua idade.
Voltamos para casa com a euforia das crianças, o cheiro do papel e dos lápis de cor ainda pairando no ar. Aqueles pequenos presentes eram lembretes poderosos do amor que me cercava.
À noite, depois de colocar as crianças para dormir e a casa finalmente silenciar, um pensamento me veio à mente, como um pequeno alerta. Lembrei-me que na quinta-feira passada, dia 01/05, nossa líder havia entregue um plano de leitura do Novo Testamento. O plano era para começar no dia 05/05. E hoje era dia 9.
"Eliandre", eu disse, sentando ao lado dele no sofá, que estava lendo um livro. "Estou atrasada com minha leitura da Bíblia."
Ele me olhou, erguendo uma sobrancelha. "Ah, é verdade. Você comentou sobre o plano de leitura. Com a correria, acabei esquecendo de te perguntar."
"Pois é, eu também esqueci. Mas hoje é dia 9 e eu não li nada. Estou com alguns dias de atraso", eu disse, pegando minha Bíblia e o plano de leitura. "Não quero desanimar logo no começo. É importante para mim."
Ele sorriu. "Nunca é tarde para recomeçar. O importante é o que você sente, não o dia no calendário."
"Exatamente. É o que eu sinto que está faltando um pouco", eu concordei. "Então, vou fazer o seguinte: vou ler agora do Mateus capítulo 1 até o capítulo 15 para deixar em ordem e colocar o dia em dia.
E amanhã", determinei, sentindo uma renovada energia, "eu inicio meu dia lendo os capítulos sugeridos todos os dias pra não me atrasar novamente. Quero retomar meu cantinho com Deus. Sinto falta dessa conexão."
Eliandre: "Tenho certeza que você vai conseguir. Você é determinada."
Com a Bíblia aberta em minhas mãos, e a certeza de que o amor dos meus filhos e a presença de Deus eram os pilares da minha vida, comecei a ler. O ritmo da casa talvez tenha mudado, mas meu compromisso comigo mesma e com minha fé permanecia inabalável. O dia 9 de maio não era apenas o dia das flores e dos desenhos, mas também o dia em que eu me reconectei com um propósito maior.
Enquanto a cidade adormecia, a mente de Estrela fervilhava com a voz de Deus, que não prometeu uma jornada fácil, mas sim uma fé inabalável. No dia seguinte, a luta para acordar cedo e o desafio do detox matinal seriam apenas os primeiros passos de uma série de decisões que Estrela precisaria tomar. Como ela transformaria esses sonhos em ações? A busca por novos clientes, o dilema dos cabelos e das finanças, e o peso dos 60 quilos seriam os primeiros obstáculos reais a serem superados.
Será que a fé e a união serão suficientes para Estrela e Eliandre enfrentarem os desafios práticos que se aproximam e darem o primeiro passo rumo à realização de seus sonhos?