Capítulo 9

975 Words
Semanas depois... Eu juro que eu não conseguia entender meu pai. Como ele podia acreditar nos outros, desde acreditar em mim? Eu sei que já fiz muita m***a, que decepcionei demais ele e minha mãe, mas ele prefere ouvir a "verdade" dos outros, do que ouvir a minha. Nem estou mais parando em casa, pra não ficar brigando com ele. Eu sei o quanto isso deixa minha mãe m*l, então evito o máximo, só por ela mesmo. Queria muito sentar e conversar com ele, mas o orgulho grita, e não me deixa fazer isso. Sei que acontece o mesmo com ele. Puxei a p***a do orgulho dele. Mas, quando se trata da minha mãe, ele joga o orgulho longe, e sempre vai atrás dela. Acho isso até bonito, mas por que ele não faz isso pelo menos uma vez comigo? Mesmo sabendo que ele é que estava errado... Já era onze da noite, e eu entrando em casa, depois de passar praticamente o dia inteiro com o Juliano. Ele e o Adriano eram os únicos que estava realmente do meu lado. Kauê e Jonas nunca mais vi. Mas também nem quero saber. Os dois foram os primeiros a virarem as costas pra mim, quando tentei ir conversar com eles. E o pior é o motivo mesmo. Depois que eles arranjaram umas minas ai, não sei da onde, eles pararam de andar comigo e com os meninos. Isso me deixou muito chateada, real. Os dois que sempre falavam que nunca iriam me abandonar por causa de mulher, foram os primeiros a virarem as costas pra mim, por causa delas. Sai dos meus pensamentos, com a minha mãe me chamando. Olhei pra ela, que estava com o Alex no colo, e meu pai do lado, com o Rodrigo. Meus irmãos eram um amorzinhos. Tem oito meses os dois, e eu amava aquelas crianças demais. Não podia negar que os dois gêmeos, eram a cara do meu pai. Liz: Oi mãe. - sorri, me aproximando dela. Gabi: Estava onde, filha? - me olhou, tentando arrumar o Alex no seu colo, mas ele ficava toda hora querendo se jogar pro meu pai. Liz: Na casa dos meninos. - suspirei, olhando por um tempo para o meu pai, que não me olhava. RK: Eu não quero tu até essas horas na rua. - murmurou, e eu cruzei os braços. Liz: Eu não estava na rua, estava na casa do Adriano. - revirei os olhos na mesma hora que ele me olhou. RK: f**a se, garota. Quero você começando a chegar em casa até as oito da noite. Quando fui responder, minha mãe me olhou, negando com a cabeça, e eu fiquei quieta. RK: Eu só faço esses bagulhos pra te proteger, Liz. Tu nem sabe dos bagulhos que tá acontecendo, e você ficar saindo de manhã, pra chegar quase meia noite, me deixa preocupadão, na boa mermo. Liz: Eu entendo. Mas, as vezes parece que você não confia em mim. Você prefere acreditar nos vapores, do que em mim. - suspirei, cruzando os braços. RK: Como você quer que eu acredite em você, sendo que tu só faz m***a? - perguntou alto, deixando o Rodrigo na cadeirinha. - Tu desde os 12 só tá dando trabalho, Liz. Eu realmente não sei aonde errei com você... Liz: Você não me entende. - falei, e já fui virando as costas, mas ele segurou meu braço. RK: Eu não mandei tu subir, então se aquieta aqui, que tu vai me escutar. Liz: Escutar o que? Que você tá cansado de mim? Que eu só dou desgosto pra vocês dois? - gritei, e ele fechou os olhos suspirando alto. - Eu tô cansada, tá bom? Mesmo quando eu tô ali tentando fazer o certo, você insiste em apontar o errado. RK: Se tá cansada vai embora, não estou te segurando aqui. - gritou, e já veio apontando o dedo na minha cara. - Tu é uma ingrata do c*****o, Liz. Sempre fiz de tudo pra tu ficar bem, e pras merdas que fiz, não cair em cima de você, e mesmo assim tu insiste em dizer que não faço nada por tu, que eu só aponto a p***a do teu erro. Eu aponto, pra tu não cometer de novo, por que tô ligado que isso fode tu mais pra frente... Eu fiquei ali calada, só ouvindo ele falar e falar. Na real, eu só queria sumir daqui, e nunca mais olhar na cara dele. Estava cansada de tudo, na boa mesmo. Liz: Sabe qual é o seu problema? - me aproximei dele, ficando cara a cara com ele. - Você não aguenta ouvir a verdade dos outros, e sempre vem querer gritar, apontando os meus erros, talvez pra cobrir os seus. - suspirei, sentindo meu peito apertar. Eu precisava desse momento pra colocar tudo o que estava guardado por anos, pra fora. Liz: Desde os meus dozes anos você me trata diferente. Não é só por que eu vivia saindo com os meninos... RK: Era pelas merdas que tu vivia fazendo. Liz: E você achou que me tratar m*l, iria mudar em algo? Isso só foi me deixando a cada dia mais chateada, mas hoje eu nem me importo mais, com nada, e muito menos com você... Na mesma hora, eu me calei, com um arrependimento batendo em mim, por ter falado a última parte. RK: Olha, a porta tá ali, se quiser ir embora, pode ir. Mas tu tem a certeza que se passar daquela porta, eu vou esquecer que tu é minha filha, e tu esquece que tem pai. Gabi: Rikelme, para com isso, por favor...- segurou ele, puxando ele pra trás. Eu olhei ele nos olhos, e não consegui ver nenhum arrependimento por ter falado aquilo, então apenas dei as costas e sai daquela casa, sentindo um bagulho bom no peito.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD