Talibã narrando
Acordei no dia seguinte com o corpo moído e a cabeça cheia. No morro, dormir é só um intervalo, descanso de verdade a gente não tem. Me levantei, fui direto pro banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e fiquei uns segundos encarando meu reflexo no espelho. O mesmo olhar cansado de sempre, mas com alguma coisa diferente… uma inquietação que eu não sabia de onde vinha exatamente.
Vesti a roupa no automático, calça escura, camisa preta, corrente no pescoço. O radinho já estava carregado no bolso e a pistola na cintura. Era hora de fazer o corre, passar em cada boca e recolher o lucro da noite. Tinha gente nova, movimento diferente e eu não posso dar mole.
Saí de casa sentindo um vazio por não ver a minha mãe ali e por estar completamente sozinho. Sempre fiz de tudo para
