PESADELO NARRANDO Eu estava em paz. Pela primeira vez em muito tempo, me senti como uma pessoa normal. Tava sentado no sofá, assistindo televisão com a minha família. Um filme qualquer passava na tela, Allana com as pernas em cima da minha com um pote de pipoca e Isabel e meu pai no outro sofá. Era simples… mas, pra mim, aquilo era luxo. A paz, porém, nunca dura muito. O rádio chiou. Um estalo seco e depois a voz urgente de um vapor. Nem precisei perguntar, acho que eu já sabia o motivo do que tava rolando, então só fui. Quando cheguei na praça, vi a cena que o rádio tinha pintado… só que ao vivo era pior. O Talibã estava em cima do Dado, batendo nele com uma fúria que eu só tinha visto em guerra. E do lado, a Sil, desesperada, chorando, tentando segurar ele, implorando para que paras

