Talibã narrando Corri até ela. Os pés batendo seco no chão do barraco, os braços apertando o corpo mole dela contra o meu. Desci a viela como um louco, desviando de gente, esbarrando em parede, sem ver nada além do caminho até o posto. — Abre caminho! — gritei. — Abre, c*ralho! Alguém tentou perguntar o que estava acontecendo. Outro ofereceu ajuda. Mas eu só via ela, a cabeça tombada, o rosto pálido, os lábios roxos. Tinha sangue na boca. Ou era da pedra. Já nem sei. Cheguei no posto quase arrombando a porta. — Socorro! — berrei. — Minha mãe! Ela teve uma overdose, acho que... acho que não tá respirando direito! A Dra. Helena veio correndo. A doutora do morro. Aquela que não desiste da gente nem quando tudo parece perdido. Me olhou nos olhos e viu o desespero. Pegou minha mãe nos braç

