ALLANA NARRANDO O som do clac da porta do cofre fechando ainda ecoava nos meus ouvidos. Era grosso, abafado… final. Me senti como um pássaro preso na gaiola. Só que essa gaiola era blindada, de metal frio e silêncio absoluto. Fiquei parada por alguns segundos, tentando entender o que estava acontecendo de verdade. Meus olhos varreram o espaço pequeno, sem janelas, sem sinal de tempo passando. Só o zumbido grave da estrutura isolando o mundo lá fora. Meu coração ainda batia acelerado por causa do beijo. Ele me beijou como se fosse a última vez. E pode ser que seja. Engoli em seco. Me virei, olhando ao redor. Tinha um banco de madeira no canto, uns sacos empilhados, uma prateleira com caixas lacradas, e um telefone antigo preso na parede, sem linha. Nem sinal de vida. Nem som de fora. N

