SIL NARRANDO Desci da moto com o coração batendo tão forte que parecia que ia rasgar meu peito de dentro pra fora. Minhas pernas estavam bambas, mas eu me obriguei a andar. Não queria que ele percebesse que eu ainda estava tremendo por dentro. Olhei ao redor da sala quando entrei. Era tudo meio escuro, arrumadinho, mas tinha cheiro de cigarro e alguma coisa familiar... talvez fosse o cheiro dele. O tipo de cheiro que gruda, sabe? No cabelo, na pele... na alma. — Tá, o que você quer falar? — perguntei, tentando parecer firme. Mas a voz saiu trêmula. Eu estava com medo do que ia ouvir. E mais ainda do que podia sentir. Ele abaixou a cabeça e passou a mão no rosto. Parecia... cansado. Não só de corpo, mas da vida. Dos erros. De tudo. E quando ele falou que gostava de mim, que era maluco p

