Allana narrando
Aquele abraço da minha mãe ainda estava grudado em mim quando descemos as escadas. Um abraço quente, apertado, cheio de tudo que eu passei a vida inteira fingindo que não precisava. Mas precisava. Preciso.
Sentei de novo no sofá e tentei parecer calma, como se o coração não estivesse pulando no peito com medo de estar atrapalhando, invadindo, errando só por existir ali. O silêncio da casa ainda era estranho, pesado. E, mesmo sem ver o rosto dele de novo, eu sentia a presença do Pesadelo como uma sombra atrás de cada parede.
Minha mãe voltou pra sala com os olhos cansados, mas firmes. Como se ela tivesse decidido alguma coisa lá em cima e agora estivesse pronta pra bancar.
— Vamos terminar o filme? — ela perguntou, como quem tenta costurar uma nova rotina no meio de um c
