Alana narrando O pagode estava lotado, barulhento, vibrando como coração acelerado. Mas o meu pensamento estava longe. Me sentia meio deslocada, meio de fora. Sabe quando o corpo tá presente, mas a cabeça não acompanha? A Sil dançava animada com um cara que eu nunca vi. Dona Clarice ria sentada com uma caipirinha na mão. E eu ali, sorrindo pra ninguém, tentando parecer que tava tudo bem. Mas não tava. Porque eu sentia o olhar dele em mim. Pesadelo. Dava pra sentir a energia dele me queimando de longe. Era como se ele me atravessasse só com os olhos. E eu fingia que não via, fingia que não sentia. Mas cada vez que eu olhava de volta, ele já estava me encarando. Dona Clarice já estava mais alegre que o normal, então ela decidiu que iria para casa. — Tem certeza que vai ficar bem aqu

