Talibã narrando Eu vi. Vi ela dançando com aquele morador novo como se não tivesse ninguém olhando. Ela nem conhece o cara, e não pensou duas vezes em aceitar quando ele chegou nela. A mão dele na cintura dela me deu a maior neurose. O jeito que ela ria, leve, solta... não era com ele. Era contra mim. Como se dissesse “olha o que você perdeu”. E talvez tenha perdido mesmo. Mas não era tão simples assim. Dei um gole no copo, o gelo já derretido. O gosto amargo desceu rasgando. E quando ela girou nos braços dele, com aquele sorriso torto de quem sabe que tá mexendo comigo... eu levantei. Levantei sem pensar. Sem plano. Só com a raiva me guiando. A raiva é aquele sentimento que eu tento matar todo dia, mas que insiste em sobreviver dentro do meu peito feito praga: gostar dela. Gostar de

