PESADELO NARRANDO A cabeça latejava. Cada passo era um esforço pra não desabar de vez. Eu estava ali, na beira. A mente rodando, o estômago embrulhado, o corpo mole. Era como se tudo tivesse desmoronado de dentro pra fora. A alma, o coração, o orgulho. Tudo. Só restava o cansaço e essa dor fodida que não me deixava respirar. Isabel foi a última pessoa que eu achei que veria ali na boca. E apesar de tudo eu agradeço por ela ter vindo até aqui, porque eu realmente precisava ouvir tudo que ela falou. Hoje eu vejo o quanto eu fui escroto com ela, uma pessoa que esteve sempre ali por mim e pelo meu pai, e eu nunca dei espaço. E quando ela abriu a porta do carona… eu quase não me reconheci. Ela me segurava como se eu fosse frágil. Como se eu, Pesadelo, fosse um menino perdido voltando pra ca

