Sil narrando Desde que a Allana chegou, eu percebi que ela carrega um peso no olhar. Não sei exatamente o que é, mas tem algo naquela menina que me dá vontade de proteger. Talvez porque eu já tenha me sentido assim também: deslocada, com medo de confiar em alguém e acabar quebrada. Quando a porta se abriu e eu vi que ela estava bem, senti o peito aliviar. A gente veio de madrugada, mas a casa tava num silêncio tão denso que resolvemos voltar e esperar o dia clarear. Agora, sentada ao lado dela, eu reparava nos olhos baixos, nos ombros tensos, no jeito como ela apertava os dedos um no outro. Algo aconteceu. Talvez não fosse r**m. Talvez até bom. Mas que a bagunçou por dentro, isso com certeza. Minha mãe foi mais direta, perguntou do Pesadelo. A Allana negou, mas bastou o silêncio dela d

