Allana narrando
O silêncio dentro daquela casa em construção parecia gritar tudo o que eu sentia. A respiração dele perto da minha, o calor das mãos segurando as minhas, os olhos fixos em mim como se quisessem me atravessar. Eu respirei fundo, tentando conter a emoção que ameaçava transbordar de novo.
— Me perdoa, amor… — falei baixinho, a voz embargada. — Eu também te amo. Muito. E eu devia ter ido até você, ter olhado nos teus olhos e perguntando. Mas não… eu saí correndo, igual uma adolescente mimada. — Dei um riso envergonhada, enxugando uma lágrima teimosa.
— A Sil tava certa. Eu devia ter ido lá e agarrado a Cíntia pelos cabelos — completei, rindo com mais verdade dessa vez.
Ele caiu na gargalhada, aquele riso rouco que eu tanto amava, e balançou a cabeça.
— Eu queria ter visto
