PESADELO NARRANDO Sai dali sem ver nada. Eu não estava ali. Não por inteiro. A cabeça girava. A garganta fechada. O estômago revirando. Não sei nem dizer como foi que cheguei na boca, só sei que passei direto indo para minha sala, porque se normalmente eu já não falo com ninguém, hoje é o dia que eu não quero ver ninguém na minha frente. Entrei na minha sala e tranquei a porta com força. O barulho seco ecoou, e foi como um disparo na alma. Meu corpo caiu no sofá, mas a mente ainda estava naquele escritório. Com a voz do meu pai repetindo aquilo de novo e de novo. — A mulher que você matou era sua mãe. Minha mãe. A p***a da Tenente. Aquela que eu tirei do caminho sem piscar. Sem pensar duas vezes. Então era por isso. Por isso que ela foi embora sem olhar pra trás. Que nunca ligou. Nunc

