A vibração do celular às 00:55 trouxe o nome de Guilherme iluminado na tela. Para Kiti, era um chamado carregado de uma eletricidade familiar, um segredo que incendiava suas noites há dois meses. Guilherme, seu sobrinho de 19 anos, invariavelmente chegava tarde do trabalho, e a perspectiva de se encontrarem ali, sob o teto da casa adormecida onde sua mãe, filhos, irmã e cunhado dormiam alheios, era um tempero proibido para a paixão que os consumia. Ele já havia deixado claro que o local não era um obstáculo, a urgência de tê-la, naquele santuário familiar, era parte do que tornava seus encontros tão intensos.
Kiti moveu-se pela casa escura com a leveza de um fantasma, o coração pulsando no ritmo da antecipação. Ao abrir a porta da frente, a silhueta de Guilherme surgiu na penumbra, um ros
