Capítulo 1 - Ayad

1230 Words
Ayad -Eu Iago Ayad aceito Sophia Bonsall como minha legitima esposa. -eu Sophia Bonsall aceito Iago Ayad como meu legítimo esposo. Com as respectivas alianças em nossos dedos o celebrante conclui: -Pode beijar a noiva - eu a olho e noto uma leve lagrima querendo cair em seu rosto, seus olhos são lindos. Beijo Sophia na testa. Não me senti bem em tocar seus lábios. Estamos aqui reunidos para a cerimônia do meu casamento. Cumprindo protocolos que regem a organização. Confesso que eu nem fiz questão de chamar as minhas filhas e seus esposos para essa cerimônia. Aliais, eu nem as avisei que estava vindo ao Egito para me casar novamente.Não achei relevante, a final estou aqui simplesmente para cumprir protocolos. Eu não quis fotos e nem comemoração. Nenhum champagne foi estourado. Avisei que a cerimônia aconteceria e partiríamos diretamente para o jatinho que nos levaria de volta a Miami. .... Aqui estou, no meu amado país, Egito, minha casa, meu lar durante os primeiros anos da minha vida. Me pergunto como cheguei até esse momento. Depois que fiquei viúvo a pouco mais de um ano, eu não imaginava me casar de novo. Mas no fundo eu sabia que não poderia ficar viúvo por muito tempo, a organização jamais permitiria tal coisa. Paro onde estou por um momento e me pergunto como posso ter me deixado levar até esse dia. Mas entendo que seria realmente inevitável não me casar novamente. Nossa organização vive de acordos lucrativos e as nossas transações comerciais ilegais sempre nos leva a fazer parcerias muitas vezes m*l vistas para alguns, porem dentro da organização é considerado normal, e muito necessárias para o crescimento da organização. Minha vida sempre foi resumida ao trabalho. Me casei com a minha primeira esposa aos dezoito anos, eu e Luna tivemos as nossas filhas ainda muito novos. A cada gestação a minha esposa queria um menino, mas nas três nós fomos agraciados com meninas. Na verdade só eu me sentia agraciado por tê-las concebido. Luna se tornou cada vez mais ambiciosa e não aceitava de nenhuma forma não ter um filho homem. Podia ver claramente a sua decepção a cada gestação. Mesmo sendo um homem bem treinado na máfia e nos negócios, eu sempre estive as sombras da minha mulher. Ela comandava praticamente tudo comigo, mas a palavra final era sempre dela. Confesso que eu deixava ela comandar tudo. Na frente da organização ela não aparecia muito, mas sozinhos ela quem controlava tudo. E alguns amigos mais íntimos notavam que ela era o cabeça da máfia que comandávamos. De uma certa forma eu me sentia bem com isso. No meio que nós vivemos não podemos confiar em quase ninguém então era até uma forma de nos protegermos. Mas tinha o lado r**m disso tudo, Luna era extremamente narcisista e calculista e agia com punhos de ferro até com relação a nossa família. Confesso que me sinto envergonhado em dizer que eu me omiti quanto á educação e o destino que ela traçou para as nossas filhas. Mas a Luna era implacável e fez acordos bilionários de vendas das nossas filhas. Meu estômago chega embrulhar só de pensar nisso que fizemos. Meu consolo é saber que as minhas filhas foram parar em boas mãos. Durante a entrega da nossa ultima filha, Alina, eu fiquei muito abatido e cheguei tomar um porre de whisky para tentar amenizar a dor antes da cerimônia de noivado dela com o Pedro Franco. Mas hoje as minhas três meninas tem um casamento estruturado. Recebem o amor de seus esposos e suas famílias, um amor que jamais receberam da minha parte e da parte de Luna. Rancor da parte delas não existe mais, e hoje posso dizer que consigo passar a elas o carinho de um pai sempre arrependido. Foi difícil ajustar os negócios após a morte repentina da Luna. Tivemos os nossos momentos bons? Sim, durante um período sim, mas aos poucos a Luna foi se tornando uma mulher insensível e fria á tudo. Busquei na rua o que não tinha em casa. Eu saia com muitas mulheres e Luna era tão frigid'a que muitas vezes ela sabia que a traia, mas não se importava. Nosso amor esfriou, o contato sexua'l acabou... ufaaa.. o que nos mantinha juntos eram os negócios e o fato de não haver divórcio no nosso meio. Após o casamento de Alina e Pedro descobrimos que a Luna já estava lutando contra um câncer à algum tempo, mas não nos contou nada, ela conseguiu esconder tudo sobre o tratamento. Descobrimos quando ela já estava em faze terminal. Custei entender o porquê dela esconder isso de nós. Mas não precisa ser muito inteligente para saber que ela jamais assumiria que esta doente e morreria em breve. Passei mais ou menos quinze dias de sua internação a acompanhando no hospital. Eu não conseguia ir para casa, mesmo sabendo que ela já estava em coma e não tinha mais jeito de a salvar daquela doença c***l. Foi devastador voltar para casa sem ela. Mas eu tive que aprender a conviver com essa dor. A dor da falta de companheirismo que ela me fazia. Na verdade eu acho que eu não a amava mais e nem ela me amava, mas estávamos unidos por sobrevivência e claro pelo crescimento da organização que eu comandava. Continuamos unidos porém separados. ... - senhor Ayad - Heitor me chama assim quando quer a minha atenção. - sim - precisamos partir - diz ele. Ainda estamos aqui no Egito para o meu casamento. Foi uma exigência da organização e eu não posso passar por cima de certas tradições. Não vim por vontade própria e nem fui eu quem escolhi a minha noiva. Mas estou aqui para não sofrer as conseqüências de uma possível oposição entre os anciãos. Não ficaria bem visto dentro máfia e com certeza me puniriam severamente ou eu ate poderia perder o cargo. - o jatinho já está pronto nos aguardando para voltarmos a Miami - a minha organização controla tudo que entra e sai pelos portos que adentram ao canal de Suez. E eu lidero tudo de Miami. Cheguei ao jatinho e encontrei a Sophia sentada e já com o cinto de segurança me aguardando. Eu a olhei mas não dei muita importância e me sentei em uma poltrona mais afasto o possível que eu podia dela. Acho que não quero contato com ela nem tão cedo. Ela é muito nova e parece assustada, e eu não quero a assustar ainda mais. Por isso prefiro permanecer distante. Não sei porque, mas olhando a Sophia nessa hora eu lembrei das minhas filhas. Decolamos, a viagem era longa e seria um tédio. Me levantei para ir ao banheiro e percebi que ela dormiu um pouco e parecia desconfortável na poltrona. Tinha uma cama para deitar ao fundo do avião, mas eu não poderia levá-la sem a acordar. Seria muita ousadia da minha parte mesmo sendo seu marido. Por um momento e eu pude a olhar um pouco já que eu só a conheci hoje no dia do nosso casamento. Sua pele tinha um tom alvo como a neve, e os seus cabelos eram pretos como a noite. Ela estava com um vestido leve que cobria todo o seu corpo. A única certeza que eu tinha era que ela é muito bonita. Seu rosto passava uma serenidade que acalmava meu coração.
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