Memórias

Casa do meu pai

No dia seguinte, eu estou muito feliz, não vejo a hora de sair desse hospital, Grace foi me buscar no hospital e disse que o meu " marido " estava ocupado com a empresa dele e mais tarde iria lá jantar e conversar comigo, já que somos casados e seria inevitável eu fingir que não temos nada, mesmo não lembrando dele, preciso ter esse contato com ele. Meu pai estava tão m*l que nem me reconheceu, isso doeu a minha alma de uma forma tão grande. Minha irmã Eva me tratou super bem como sempre, já o jantar em família percebi que Eva e Grace ficavam olhando para o meu tal marido, Eva olhava com cobiça, o que eu não entendi o porquê disso, ainda mais sabendo que mesmo eu não lembrando dele, ainda somos casados. Eu não sabia o que fazer ou falar com eles, então resolvi ficar calada, evitar acabar brigando sem necessidade alguma por algo bobo. Não posso negar que ele é bem lindo e sexy, barba por fazer, bem vestido e pelo que me parece um homem bem sério, já que em nem um momento ele sorriu na verdade, até às suas respostas são curtas, a comida era daquelas requintadas e cheias de frescuras para comer, coisa que eu não gosto de verdade, tudo que eu queria era um filé com fritas, uma boa salada e um suco natural. Sobremesa foi pior ainda, já que aquilo eu nem gosto de comer, não sei pra que ela fez algo assim, sabendo que acabei de sair de um hospital, achei falta de consideração.

Eva - quanto tempo vai ficar aqui irmã ? já que não lembra de nada. - nem pra falar comigo olhando pra mim, ela não tira os olhos do homem que sou casada.

Ben - ela vai para a nossa casa, onde ela tem mais chances de lembrar o quanto nós amamos - não sei não, só que prefiro não dar a minha opinião, ainda mais que não sei como era a nossa relação.

Grace - tem razão Ben, até porque aqui as coisas estão complicadas, ainda tem o problema com a saúde do meu amado Charles !

Eva - por que os dois não ficam aqui ? - eu já estou me irritando com ela, falta de respeito na minha frente.

Ben - não faz sentido a minha esposa ficar aqui, sem contar que é bem mais longe para ir para minha empresa - ele pega uma aliança e coloca no meu dedo anelar - isso é seu querida !

Não queria mais ver que ele usava uma igual a minha e por isso deixei isso pra lá, mesmo não querendo eu entrei naquele carro junto com ele, mas não falei nada, já que estava cansada e não queria conversar sobre isso agora com ele. O caminho foi feito em silêncio total, ele concentrado na estrada e eu na janela olhando a estrada, não consigo olhar para ele, sabendo que ele me conhece e eu não sei nada dele. Chegamos em uma mansão enorme na qual eu acho que era muito grande para nós dois, reparei que na sala tinha uma foto minha e dele na qual eu estou com um vestido de noiva e ele em um smoking preto, ele serio e eu sorrindo olhando pra ele com amor e carinho, segui ele até um quarto no qual era bem grande e espaçoso.

Ben - aqui é o nosso quarto ! - estremecia com receio de dividir o mesmo quarto que ele.

Lucy - eu não vou dormir no mesmo quarto que você ! - falo com medo, já querendo ir embora.

Ben - somos casados Lucy ! - olhei incrédula pra ele.

Lucy - mas não lembro de você e por isso não quero - falo nervosa - já me obrigou a vir para um lugar que não conheço nada, agora você quer me obrigar a ficar nesse quarto com você ? nem pensar !

Ben - pode ficar no da frente se deseja tanto isso - tirou o blazer - no closet tem suas roupas, tudo seu está ali, arrumado do jeito que você sempre gostou, vou deixar você pegar o que precisa.

Apontou e eu fui ver o que precisava para tomar um banho, as roupas pelo menos são do meu gosto então pego um pijama preto, porque as camisolas são todas transparentes e muito curtas, acho que era muita chata com as minhas roupas, todas bem passadas e cada coisa no seu lugar, bem organizado, nunca fui assim antes e isso me deixou curiosa, quando foi que eu fiquei tão organizada assim ? qual será a minha profissão ? Será que eu terminei a minha faculdade de moda ? ou talvez eu possa ter feito outra coisa, só espero não ter virado dona de casa, não suportaria ser bancada por um homem, acho bom eu ter uma conversa séria com ele amanhã, preciso muito saber o que fiz da minha vida nesses cinco anos. Sai dos meus pensamentos e vou para o outro quarto, tranco a porta e entro no banheiro, tiro as minhas roupas, coloco tudo no cesto de roupas sujas e entro no chuveiro, tomo um banho tranquilo e relaxante, odeio hospital e queria tirar o cheiro de hospital de mim. Me seco e visto a minha roupa, volto para o quarto e destranco a porta do quarto, me deito naquela cama confortável, fico rolando de um lado para o outro, fico pensando se ele ousaria entrar aqui no meio da noite mas, não acho justo trancar e confirmar a ele que não confio nele. Logo penso em como vou viver debaixo de um teto que não conheço nada. Estou preocupada com essa convivência, não faço idéia do que fazia, como era a nossa relação, estou me sentindo tão perdida com isso tudo que parece que estou em um pesadelo e posso acordar a qualquer momento, tudo que eu queria era que tudo fosse apenas um sonho r**m, não demora muito e apago logo em seguida.