Capítulo 2

1762 Words
Bom dia! Frase muito comum, mas que em nenhum momento da minha vida fez sentido. Como posso ter um bom dia acordando às 5:30hr da manhã? Eu não consigo ver nada de bom nisso. Até tento ter, mas não consigo. É por isso que sempre durmo depois que chego da escola. Aí sim, depois de um sono da tarde digno, eu posso ter um bom dia. Enfim, aqui estou eu sentada tomando café junto aos meus pais, tentando não dormir na mesa. Pra ser sincera, já pensei em fingir estar passando m*l pra não ir estudar hoje, mas como meus pais já sabem dessa minha "estratégia", não iriam cair. Digamos que eu fazia muito isso quando era pequena. Opa! Perdão! Corrigindo ... Quando eu era criança, porque pequena ainda sou. Mas não gosto que falem da minha altura. — Ninguém mandou ficar lendo até tarde mocinha! Ler é bom, mas tudo tem a sua hora. E 22hrs é hora de dormir, e não de madrugada. – Minha mãe disse com uma cara brava. Mas sabia que no fundo ela me entendia. Ela mesma disse que sempre fazia isso mais nova. — Mas o livro tava tão bom! Não conseguia parar. – digo fazendo cara triste tentando a comover, mas não funciona. – Desculpe. Não vai mais acontecer. —É bom mesmo. – disse meu pai. — Bom, já vamos. – disse minha mãe se levantado da cadeira. – Nos vemos lá. — Na verdade, eu vou com vocês. - digo terminando meu café. Eles se olham e me encaram. — Achei que não quisesse que soubessem ... – o interrompo. E não queria, mas não adianta esconder. Se for pra ter amigos, então que todos me conheçam por completo. — Uma hora todos vão descobrir. Não é?! – dou de ombros. — Tudo bem. Então vamos. – disse a minha mãe. – É até melhor mesmo. Já estava desconfiada de que você ia voltar para o quarto e ia dormir, depois vim dizendo que "não estava passando muito bem." – tive que rir do seu comentário. Era exatamente isso que eu dizia. Alguns minutos depois, chegamos na escola. Para a minha surpresa, já tinha bastante gente. Alguns "nerds" conversando, provavelmente sobre alguma coisa intectual, ou do filme do Stephen Hawking. As patricinhas dando seus típicos pulinhos de algo que uma delas disse. E tinha vários outros grupos. Os raps, os "invisíveis" ( acho que me enquadro nesse), e o que mais se destacava era o time de futebol americano. Os populares. O brutamontes da escola. E lá estava o mesmo garoto de ontem. Confesso que ele é lindo, mas deve ser com o todos os outros que já conheci. Eu particularmente, não vejo graça nesses garotos. O por que? Bom, 1°A maioria, se não todos, são galinhas. 2° São metidos, se acham a última bolacha do pacote. Se bem que isso não é um elogio. Pensa bem, se é a última bolacha, é porque foi o último a ser escolhido. A última opção. Entenderam? Bom enfim, não vou ficar numerando meus motivos aqui. Só os acho uns idiotas e ponto. — Pronta? – pergunta meu pai. Assinto e saímos do carro. E por questão de segundos, cheguei a pensar que eu tinha uma melancia na cabeça. Todos os olhares estavam direcionados a mim. d***a! Pensando bem, acho que não sou tão invisível assim. Andei em direção a entrada ao lado dos meus pais. E logo pude ouvir cochichos, provavelmente de mim. De quem mais seria?! Me despedi deles assim que cheguei no meu armário. Peguei meus livros e fui pra sala. E adivinhem de quem é a primeira e ÚNICA aula do dia? Exatamente, de Literatura. Ou seja, com a professora Foster, mais conhecida como minha mãe. Por que a única aula do dia? Lembra que no meu primeiro dia de aula, a supervisora disse que estava em falta de professores. Pois é, está mais para uma crise. O sinal tocou, e a sala foi ficando cada vez mais cheia. Até que a professora vulgo minha mãe, entrou. — Bom dia alunos! – todos respondem. – Meu nome é Rebeca Foster. Sou a nova professora de Literatura. Alguns de vocês, se não todos, sabem que a Emma ... – Oi? Eu? O que ela tá fazendo? – é minha filha. Mas antes que pensem que ela terá privilégios só por esse motivo, estão enganados. Aqui ela é tanto aluna quanto vocês. Terá os mesmo trabalhos. Assim como todos aqui, se destacará apenas por seus esforços. Estamos entendidos? – todos assentiram e ela prosseguiu - Ótimo! Vamos começar a nossa aula. Ela passou algumas coisas no quadro explicou e por fim, passou um exercício. Que era uma redação sobre o que entendemos do texto. Terminei algum tempo depois, junto com outros alunos, e voltei para a minha cadeira. Peguei um livro na bolsa e comecei a ler. Novidade! Mas sabe aquele momento, que você sente que está sendo observada? Você sente um peso nas costas, e começa a ficar incomodado com aquilo?! Pois era exatamente isso que eu está sentindo. Olhei pra minha mãe, mas ela apenas olhava as folhas a sua frente, possivelmente corrigindo os trabalhos. Balancei a cabeça e tentei voltar a atenção para o livro. Mas aquela sensação não passava. Olhei de relance pra sala e meu olhar se prendeu ao dele. Era o mesmo garoto que conversava com meu pai no campo, o jogador que ficou me encarando quando meu pai "acidentalmente" me chamou de pequena. Quando ele percebeu que eu havia o pego no flagra, ele apenas deu um sorrisinho de canto, muito fofo e que me pareceu verdadeiro. Não era aquele sorriso malicioso que já estava acostumada a ver. Não, era diferente. Até um pouco tímido talvez. Retribuí o sorriso no mesmo instante em que o sinal tocou avisando o fim da aula. Aquela movimentação dos alunos, acabou cortando nossos olhares. Em questão de segundos quase toda turma já tinha saído. E eu ainda lá, parada com o livro na mão. Lentamente, comecei a guardar o meus materiais. — Senhor Baker. – Minha mãe o chamou – Podemos conversar? – Eu juro que não era minha intenção escutar a conversa, mas o que posso fazer a sala estava vazia. O silêncio reinava ali dentro. Tentava guardar minhas coisas o mais rápido que eu podia, mas as canetas insistiam em cair. – Conversei com seu treinador, e ele me disse que você tem uma certa dificuldade na minha matéria. Como sabe cheguei há pouco tempo, e por isso, não conheço muito os alunos. Mas tem uma que eu conheço, e sei que é muito boa. – d***a! Não! Antes que eu chegasse na porta, minha mãe me chamou. – Emma. Venha aqui por favor. – suspirei. Por que logo hoje eu tinha que tá tão lerda? Me sentei e ela continuou – O senhor Baker está com dificuldade na minha matéria, e como você sabe, não conheço ninguém aqui ainda. Mas eu sei que você é boa em Literatura, e quero pedir que ajude o seu colega. Tudo bem? – nos entre olhamos e assentimos. – Ótimo! Estão dispensados. – Mas que saia, ela me chama novamente. Dá uma olhada pra ver se não tem ninguém por perto. Assim que tem certeza ela olha para mim.- Estou tão orgulhosa da minha pequena! – Diz me abraçando – Nos vemos em casa Okay? Tenho mais algumas aulas. — Okay! —me deu um beijo e me liberou. Fui em direção ao meu armário e guardei meus livros. Levei um susto quando alguém parou ao meu lado assim que o fechei. — Aii! Que susto garoto! — Desculpe. Eu só queria saber quando podemos estudar e onde. – diz envergonhado. — Você pode hoje? – assente – Me encontre na praça aqui perto as 14hrs. Tem um lugar que podemos estudar tranquilo. — Tudo bem. Às 14hrs senhorita Foster. – disse um tom irônico e brincalhão – Relaxa nosso segredo tá guardado. – disse dando um piscadela. — Que segredo? Que eu saiba toda escola sabe que eu sou filha do treinador e da professora de Literatura. – falo ajeitando minha bolsa. — Não tô falando desse segredo. – Fiquei confusa. Entendendo minha expressão, conclui. – Eu vi você e sua mãe depois que sai. " Estou tão orgulhosa da minha pequena!" – disse imitando minha mãe. Reviro os olhos e bufo. Sabia que era um i****a. Agora ele vai achar que eu sou a "privilegiada" só porque minha mãe é a professora. — Ótimo! –digo irônica – Vai me chamar de patricinha? Mimadinha? A queridinha da professora? Pois fique sabendo que não sou. – digo e tento sair, mas ele me segura. — Clama aí loira! Que m*l humor. Relaxa! Eu não ia dizer nada disso. – sussurrei um desculpe, e ele continuou – Tudo bem. Sabe você tem sorte. – O olho sem entender – Minha mãe teria feito pior. Acho que em vez de dar aula, ela traria o álbum de fotos minhas pequeno. Sabe aquelas mais constrangedoras? Então. Essas mesmas. E mostraria pra sala toda contando a história de cada uma. – Não tinha como não rir. Por que as mães sempre fazem isso? – Ela parece ser um amor. – digo ainda rindo. — E é. Mas tem esse defeito. – rimos – Bom, eu tenho que ir se não o treinador, me mata. Afinal, o capitão do time n******e faltar não é?! —Você é o Quarterback? – pergunto curiosa. — Sim. Por quê? — Você é o primeiro jogador que eu conheço que não é um b****a metido a gostosão. – ele sorri. — Como sabe que não sou assim? – disse com um sorriso muito lindo. Okay. Parei. —Porque em nenhum momento você tentou me cantar. Ao contrário dos outros que viviam no meu pé, achando que se me namorassem iam ser dá bem com meus pais. – riu. — Então acho que você tem razão. Não sou um b****a. – rimos. – Posso ser muita coisa, mas não uso as pessoas pra me beneficiar. – sorri. – Tenho que ir, ou seu pai vai me fazer correr até a lua. – me dá um beijo na bochecha, e saí correndo. Afinal já estava bastante atrasado. E pelo que conheço meu pai, ele odeia atrasos. E bom, acho a idéia que tinha desses jogadores estavam erradas. Nem todos são uns idiotas. Talvez eu tenha me equivocado um pouco. Talvez haja exceções. Talvez ele seja essa exceção.
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