Capítulo 3 – Vozes dos Errantes

885 Words
Lisa caminhava entre Élios e Lys, com o coração oscilando entre medo e fascínio. Seu mundo, até ontem dominado por certezas silenciosas, agora era uma espiral de possibilidades. As facções místicas desejavam moldá-la como uma peça de guerra, mas Lys falava de algo diferente. Algo que nenhum dos lados ousara contemplar: liberdade. Lys com seus olhos prateados brilhando: Os Lobos querem preservar. Os Vampiros, romper. Mas e se o mundo não precisar de mais controle ou destruição? E se o equilíbrio não for uma linha tênue... mas uma dança entre opostos? As palavras de Lys reverberaram dentro de Lisa como um sussurro antigo, carregado de sabedoria esquecida. A clareira, antes dividida entre luz e trevas, revelava agora uma f***a no solo, uma rachadura por onde brotava uma energia prateada, pulsante e viva, que não pertencia a nenhum dos lados. Esse terceiro caminho não era uma escolha política ou mística. Era pessoal. Imprevisível. Para trilhá-lo, Lisa teria de unir fragmentos dos dois mundos, aceitar que sua origem era híbrida e encontrar dentro de si uma força ancestral, um tipo de poder que não vinha nem da luz nem das sombras, mas da verdade de quem ela era. 🔮 Esse novo caminho, oculto nas fendas entre realidade e mito, revelava três pilares: ~💍A Aliança dos Errantes: Criaturas esquecidas pela história, que recusaram se unir aos Lobos ou vampiros. Os Errantes caminham entre planos e sabem segredos que nenhum dos grandes clãs ousa admitir. Entre eles estão os Fleys, seres feitos de brumas, e os Velrns, guardiões do tempo estagnado. Lisa poderia formar uma nova aliança, um círculo rebelde, livre e fluido. - 🌀 A Harmonia dos Opostos: Lisa descobre que pode invocar luz em territórios dominados pela escuridão, e tecer sombras em plena claridade. Essa habilidade não é um dom, mas uma consequência de sua dualidade. Ela aprende que luz não é sempre boa, e sombra não é sempre má, são forças complementares que vivem em tensão, e ela pode ser a ponte que transforma essa tensão em sinfonia. - 🕯️A Ruptura das Profecias: Textos antigos previam uma “Escolhida” que selaria o destino entre Lobos e vampiros. Mas Lisa começa a desconfiar: e se todas as profecias forem apenas tentativas de controle? O terceiro caminho desestabiliza tudo. Ela começa a reescrever símbolos, desfazer runas e criar novas narrativas, mostrando que o destino não é uma prisão, mas um campo aberto de possibilidades. – Não vou ser arma de ninguém. Se existe outro caminho... eu vou encontrá-lo. Mesmo que ele não esteja traçado. Mesmo que ele precise ser construído passo a passo, entre erros e descobertas. – Lisa disse com a voz firme. 🥀–––————————🌑——————————🥀 🌘 Ao fundo, Élios e Nyx se entreolhavam, inquietos. O surgimento do terceiro caminho ameaçava o que ambos consideravam sagrado. Mas Lys sorria, pois sabia que era assim que as revoluções começavam: não com guerras, mas com ideias que recusam seguir o mapa. O vento naquela noite tinha cheiro de mudança. Lisa, guiada por Lys, atravessava trilhas ocultas sob raízes ancestrais. A cada passo, o mundo das certezas se desfazia, substituído por um território indomável, lar dos Errantes. A floresta parecia respirar com ela. As árvores, vivas e conscientes, se curvavam em respeito silencioso. Lá, longe da dualidade entre Lobos e Vampiros, existia uma clareira banhada por uma luz prateada que não vinha do céu, mas do próprio chão. Ali, aguardavam os Errantes. Silhuetas que flutuavam entre real e sonho. Um deles, Fleys, aproximou-se, feito de névoa e memória, com olhos que refletiam todas as estações ao mesmo tempo. Fleys com a voz etérea: Bem-vinda, Lisa. Somos ecos de escolhas recusadas. Há milênios não ousávamos chamar um mortal... até você quebrar o ciclo. Lisa: Eu não sei se posso fazer isso... todos esperam algo de mim, mas nem eu sei quem sou. Lys: É exatamente por isso que pode. Quem não se prende a rótulos vê o mundo com mais clareza. Os Errantes falaram de tempos antigos, de profecias moldadas para prender a liberdade. Eles mostraram a Lisa um mapa de símbolos e caminhos que mudavam conforme sua intenção. Era a primeira lição: o poder dela não estava no sangue, mas na escolha consciente. 🎆Então veio o ritual.🎆 Lisa deveria caminhar sozinha por um espelho líquido chamado Véu da Vontade. Cada passo revelaria fragmentos de seu eu que ela nunca enfrentara, memórias reprimidas, medos enterrados, desejos ocultos. Dentro do Véu, viu-se criança, assustada ao sentir coisas que não sabia nomear. Viu-se adolescente, tentando esconder seu brilho por medo do julgamento. E então, viu-se agora, com os olhos de quem finalmente entendia que o mundo não precisava que ela fosse perfeita. Apenas verdadeira. Ao emergir do Véu, os Errantes entoaram um canto ancestral, e Fleys colocou em suas mãos uma pedra pulsante de energia neutra. Fleys: Este é o Olho de Equino, criado no momento em que luz e sombra se amaram pela última vez. Agora é seu. Ele não lhe dará poder... apenas mostrará que você já o tem. Lisa agora não era mais apenas uma Escolhida. Era uma Criadora de Caminhos. E o mundo, ao redor dela, começava a mudar.
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