16. Bárbara

1176 Words

Murilo deu mais um passo, diminuindo a distância entre nós até que eu pudesse sentir o calor do seu corpo. Ele se inclinou, e a sombra dele me cobriu por completo. O cheiro de pólvora e fumaça agora era ainda mais forte, e eu podia sentir o hálito quente de café misturado ao cigarro na minha pele. — Você não é daqui, Bárbara — sussurrou, a voz grave e baixa, mas com uma força que me fez sentir como se o chão fosse ceder sob meus pés. — Você não entende como as coisas funcionam aqui. Minhas pernas tocaram a mesa metálica, fria e dura. Eu queria recuar, mas não havia para onde ir. Ele usava a altura e o corpo para me encurralar, não com violência física, mas com uma pressão sufocante que me impedia de pensar. — Eu não preciso entender, Murilo — respondi, tentando manter a voz firme, mas e

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