Capítulo 2

1174 Words
Dayane narrando: (...) — escuta Day, como vai conseguir ficar no meio daquela zona? — Joana pergunta olhando a reforma pela porta de vidro da sala. — e onde eu devo ficar?! Na sua casa?! Sabe que eu odeio gatos! — Digo irritada. — aiii calma! Quero dizer que você tem outra casa pra ficar, a que comprou antes de se separar do Oliver. — é eu sei. Mas preciso acompanhar de perto. É uma reforma muito importante. E além do mais eu quase não fico aqui, sabe como é corrido os meus dias. — sei sei... você é doida. — eu não digo doida, digo responsável. Preciso cuidar do que é meu. Aliás... tem um motivo a mais pra me fazer querer ver tudinho — sorrio com malícia e eles já encaram. — tá pegando quem em Day? — Juliano me encara. — ninguém, eu em! Até parece que eu sou assim, tão fácil! Eu só... gostei do que vi hoje mais cedo. — sorrio de canto. — ah pronto... lá vem. — Joana completa. — ih, já vi que não devo contar. — suspiro. — ah chega de rodeios, fala. Se está relutante é porque já sabe o que a gente pensa. Diz logo! — não é nada demais... é que... mais cedo quando voltei do salão, eu vim fechar meu quarto, que estava entrando poeira... e aproveitei pra ver a obra lá de cima. E não é que um dos serventes é um gato?!Poderia ser modelo, de tão gostoso! — o que? — Joana ri. — é... um homem lindo... deve ser um pouco mais novo, mesmo com a barbinha eu saquei. Chegou a me dar arrepios só de vê-lo. — é... definitivamente você está na seca! Como assim a Dayane que nós conhecemos se quer se dá o tempo de olhar pedreiros trabalhando?! — Juliano fala. — ei... tudo bem eu sei disso... só que é na minha casa. Como não quer que eu olhe? — cruzo os braços — é gostoso mesmo... e ponto final. Eu só fiquei olhando... mas ele me parece um rapaz sério e muito certinho. — disfarço. — aí Day só você mesmo... e ele não percebeu né? — Joana completa. — não... ele m*l olhou pra mim... devem saber que eu sou meio difícil. Enfim, era só isso. Vocês exageram demais. — exagerar? Você sabe que está carente, nunca nem olhou pra quem ganha menos que você. — Juliano diz. — ta, ta. ta. Que seja! Vocês vão dormir aqui ou vão pra casa? Preciso descansar. — eu vou ficar aqui, tá tendo festinha pra minha irmã lá, e preciso dormir. — Joana diz. — Eu também. Tô fugindo da minha mãe. — Juliano diz. — ok... então chega de papo furado. Vamos! Os dois foram para os quartos de hóspedes que tenho em casa, já era costume tê-los sempre ali. E eu fui para o meu quarto. Ainda envergonhada em pensar que senti o senti por um rapaz que eu nem sei o nome. Foi estranho, mas foi real. E o pior, é que claramente ele não me notou. Por medo, ou hierarquia. Fui me deitar e apaguei depois de trocar mensagens com Plinio, um rapaz que sai comigo as vezes. Guilherme narrando: Era sábado, dia que normalmente não começamos nenhuma obra. Mas para minha sorte dessa vez foi diferente. Joaquim entrou em contato dizendo que uma cliente deseja uma obra pra ontem, e que pagará super bem para começarmos logo. E o logo foi emprego sábado. Com direito a almoço! A casa é perfeita, nem sei porque mandou derrubar tantos detalhes rústicos. Fizemos o que devia ser feito, e eu só fiquei aliviado em saber que para aquele mês eu teria um bom salário. Não era sempre que aparecia um bom serviço que pagasse tão bem. E além do mais eu precisava ajudar em casa, guardar para o meu futuro. Já tem um ano que eu junto uma grana pra conseguir me manter quando passar na federal de medicina. Era o meu sonho seguir a carreira de médico. Trabalhava de dia, e estudava a noite, pra dar uma vida melhor a minha mãe, e um destino diferente pra mim. Eu sabia que o porte dessa reforma exigiria muito de mim, mas não seria a primeira vez. Foi bem cansativo o primeiro dia, e o intervalo foi mais curto. A patroa era bem rica. Quando chegamos ela estava de saída, e só voltou na hora que saímos pra almoçar. Pelo que disseram é uma mulher muito invocada. Não gosta de intimidades, mas me parece bem bonita. Tentei não observar muito, mas não consegui. É uma bela mulher. Os rapazes comentaram um pouco mas Joaquim não deixou que o assunto fluísse. Quando cheguei em casa eu simplesmente me joguei na cama. Do jeito que eu estava, todo sujo. A canseira foi inevitável e eu pedi para que minha mãe me acordasse em duas horas. Assim eu me arrumava pra estudar um pouco. Eu não tinha condições ainda de fazer nenhum curso preparatório. Por isso eu mesmo me jogava nos livros e pesquisas que encontrava, para me preparar ao máximo. Descansei e fui jantar, minha mãe estava lavando s louça quando veio conversar. — como foi seu dia? Você nunca trabalha aos sábados depois do almoço? Até estranhei. — eu... consegui uma obra mais extensa, e que paga mais. — mas vale a pena, olha a hora que chegou? — ela pergunta preocupada. Minha mãe nunca gostou do meu exagero em me esforçar tanto. — Mae, en tô bem, e nem foi tão cansativo assim. — minto. — além do mais nós precisamos. — filho, nós precisamos. Mas não precisa se esforçar tanto... vai dar tudo certo. — minha mãe acreditava em mim como ninguém, e sentia pena em me ver tão sobrecarregado. — relaxa mãe... eu tô tranquilo. E amanhã eu descanso mais. — lhe dou um beijo na bochecha — fica tranquila dona Alana. — se você diz né... mas onde fica essa obra de agora? — naquele bairro luxuoso, o GreenVille. Você precisa ver as casas! A dessa mulher mesmo não precisava de nada... era perfeita. Não entendi o porquê de mexer tanto. — ah meu filho, esse pessoal rico é assim mesmo. Não se contenta com nada... marido e mulher que vivem discutindo no que mexer sendo que não sabem mais o que comprar, reformar, e qual cirurgia plástica fazer! — ela diz. — é, tem razão. Só não sei se é o caso dela.. não nos apresentaram nenhum marido, só ela mesmo e sua governanta. Mas é uma mulher bem nova, bonita... derrubamos decorações caríssimas, e pisos novos em folha! — ta vendo... eu digo.. eles não tem mais no que mexer. Mas graças a isso você tá tirando seu dinheirinho. — ela sorri — só não vejo a hora de ver algo melhor pra você meu filho. — você verá mãe. Tô ralando muito pra isso. — digo a ela e depois acabo indo para o meu quarto estudar.
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