Capítulo 4 - Um primeiro dia de trabalho agitado!

1238 Words
Na pensão de Rosa, depois de Inês tomar um bom banho para tirar toda a lama, ela desce para o jantar. — Ah! Agora sim!... Posso ver melhor o seu rosto! — disse Rosa sorrindo. — Pois é! Tirei lama de lugares que eu nem sabia que tinha! — brincou Inês. — E então, Doutora? Gostou das suas acomodações? — Estão perfeitas, Rosa! — responde Inês. — ... Poderia me fazer um favor? — Claro! O que deseja? — Me chame de Inês. — Se prefere assim... Inês. — Agora está ótimo!... Mas onde estão os outros inquilinos? — ela pergunta. — Daqui a pouco chegam. Estão todos no trabalho. Tem uma mocinha que trabalha na cooperativa, tem o rapaz que está estagiando no fórum da cidade e tem o Jacinto, aquele senhor que te ajudou com o trator. — Ah, sim. Me lembre de agradecer muito a ele depois. Se não fosse por ele, talvez eu ainda estivesse naquela estrada. Acredita que eu pedi ajuda a uma caminhonete que passava e o motorista além de não me ajudar ainda me banhou toda de lama! — Minha Nossa!... Tem muita gente m*l educada no mundo, meu Deus! — espantou-se Rosa. — Mas e você? Está pronta para o seu primeiro dia de trabalho amanhã? — Acho que sim. Se bem que eu estou um pouco receosa, já que eu nunca trabalhei numa cidade pequena antes. — responde Inês. — Você tem ótimas recomendações! A Macarena falou muito bem de você. ... Você tem experiência com cavalos? — Já tratei de alguns. Por quê? — pergunta Inês. — Porque tem um fazendeiro que vai precisar muito dos seus serviços. Victoriano Santos. — E quem é esse? — Ele "só" é um dos fazendeiros mais ricos de El Paso. — Sério?... Nossa! — disse Inês. *** Dia seguinte. Fazenda Santos. Victoriano se levantava cedo. Sua rotina era bem organizada. Já que suas filhas estavam em férias escolares, então todos se adequavam a rotina da fazenda. — Consuelo, depois acorde as meninas. Não quero que fiquem dormindo até tarde. — E pra onde o senhor vai assim tão cedo? — pergunta a criada. — Vou saber quem é esse novo veterinário que chegou a cidade e se é bom o bastante pra cuidar dos meus cavalos! — disse Victoriano tomando apenas uma xícara de café e saindo. *** Na pensão de Rosa. Inês também se levantara cedo. Queria abrir logo o consultório e se familiarizar com o lugar. — O café da manhã está pronto, Inês. — disse Rosa. — Ah, Rosa!... Infelizmente, eu vou só tomar um gole de suco e pegar essa maçã. — disse Inês apressada. — Mas você vai ter um dia e tanto hoje! Tem que se alimentar! — Eu como alguma coisa por aí!... Tô indo! Tchau! — disse Inês saindo. Pouco tempo depois, Inês já chegara na clínica. Abriu as portas, inspecionou o lugar de cima a baixo para ver as condições do local, ficou satisfeita. — Eh... Até que pra uma cidade pequena... Tudo muito bom! — Bom dia! — Ai! Meu Deus! - disse Inês assustando-se. — Quem é a senhora? — Sou Margarida. Sua atendente. — Sou a Dra. Inês Huerta. Muito prazer. — disse Inês se recobrando do susto e cumprimentando. — É um grande prazer conhecê-la! A minha prima disse que você estava chegando. — Sua prima? — Sim. A Rosa. Você está morando na pensão dela, não é? — A Rosa é sua prima? - surpreendeu-se Inês. — Sim. Somos quase irmãs. "Rosa. Margarida. É, tem a ver!" pensava Inês enquanto se divertia com a espontaneidade de Margarida. As coisas corriam bem na clínica. Inês estava se adaptando muito bem. Até em como alguns moradores pagavam as consultas ou algum atendimento aos seus bichinhos. — A senhora não precisa se preocupar. Foi só uma luxação na pata, seu cãozinho vai ficar bom. — disse Inês afagando o cachorrinho. — Ai, Doutora! Muito obrigada! - disse a mulher. — Agradece a Doutora, garoto! — "Brigado"! — disse o menino. — Vai lá buscá o agrado da Doutora, menino! — ordenou a mulher. — Imagina, senhora! Não precisa. — disse Inês. — Faço questão, Doutora! — disse a mulher. De repente, o garoto entra na sala com um saco enorme, e de dentro dele ele tira uma galinha. — Uma galinha?! - disse Inês. — Sim. Mas não é qualquer galinha, não senhora! É a melhor galinha do nosso galinheiro! Bota ovo que só ela! — disse mulher toda orgulhosa. Inês achou aquilo um pouco estranho, mas não iria fazer desfeita com aquela senhora. — Muito obrigada. Vou cuidar bem dela. — disse Inês. Passou-se algum tempo quando Victoriano chega à clínica. Além de muito impaciente, digamos que Victoriano se achava no "direito" de passar na frente dos outros. — Bom dia. — ele cumprimenta a todos de forma séria. — Bom... Bom dia, Sr. Santos. — disse Margarida com certo receio. — Diga para o Doutor que Victoriano Santos está aqui e quer vê-lo. — Sim, senhor. Margarida avisa para Inês que responde a seguinte coisa: — Diga ao senhor Victoriano Santos que assim que eu terminar de atender as outras pessoas, eu o chamo. Margarida arregalou os olhos. — Com todo o respeito, Doutora... Mas a senhora ficou doida?! — Por quê? — Não se deixa um homem como Victoriano Santos esperando! — disse Margarida. — E por que ele não pode esperar? — pergunta Inês. — Ora! Por que se trata do Sr. Victoriano Santos. Uma das pessoas mais influentes de toda essa região. — Quando você fala de influência, está se referindo ao dinheiro dele? — Quer influência maior Doutora? — Olha, Margarida, eu não sei como as coisas eram aqui com o Dr. Contreras. Mas enquanto eu for a responsável por essa clínica, o fato desse senhor ter ou não dinheiro, não vai ditar como as coisas vão funcionar por aqui. — disse Inês de forma enérgica. — Agora pode sair e dizer ao Sr. Santos que se ele quiser falar comigo, que espere como todos os outros. E faça o próximo entrar, por favor. Margarida sai fazendo o sinal da cruz, pois sabia muito bem o que iria acontecer. Fora da sala. — A Doutora disse para o senhor entrar. — disse ela se referindo a outro senhor que estava sentado. — Ei! - chamou Victoriano. — Você disse que eu estou aqui?! — Sim, senhor. E ela disse que o senhor esperasse, pois ela vai atender as pessoas que chegaram primeiro. — disse Margarida com a voz trêmula. — Espera um pouco!... Você disse "ela"?! É uma mulher que está atendo lá dentro?! - perguntou Victoriano. — Sim, senhor. A Dra. Huerta. — Pois saiba que ninguém diz a Victoriano Santos o que fazer! Principalmente uma mulher! Tomado por uma indignação sem motivo, que se diga logo, Victoriano invade a sala de Inês. — Quem você pensa que é pra deixar Victoriano Santos esperando?! — disse ele. — Eu é que pergunto!... Quem o senhor pensa que é pra entrar na minha sala desse jeito?! Por acaso esqueceu sua educação em casa, ou nunca lhe deram?! — rebate Inês. Os dois tinham fogo nos olhos. De cara Inês percebeu que Victoriano era um homem rude. E a primeira impressão de Victoriano sobre Inês, era que ela não era uma mulher como as outras.
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