JR narrando
Acordei com uma tremenda dor de cabeça da p***a da noite m*l dormida.
Minha mente tava cheia de barulho, parecia que tinha um monte de gente gritando dentro dela ao mesmo tempo. Levantei na força do ódio, passei a mão na cara, e fui direto pra cozinha. Não era fome, era necessidade de manter o corpo de pé.
Quando cheguei, dona Lurdes já tava no batente, mexendo na panela do feijão como se o mundo não estivesse desabando do lado de fora.
— O que foi, meu filho? Cê não tá com uma cara boa — ela falou, sem nem olhar pra mim, que já me sentava na cadeira como quem carrega pedra nas costas.
— É só dor de cabeça, dona Lurdes… tô com muitos B.O no morro. Negócio, guerra, traíra, tudo misturado. Tem dia que parece que vou explodir por dentro.
Ela largou a colher, foi até o armár
