Sandrinha narrando Eu não sei se sou uma mulher de sorte… ou de puro azar, porque, sinceramente? Não é possível. Depois de tantos anos tentando esquecer, tentando seguir, tentando criar minha filha… justo agora, o JR reaparece. E não só reaparece, como me dá uma casa dessa. Linda, grande, toda mobiliada. Um sonho. Mas também... um pesadelo disfarçado. Porque eu sei muito bem que não tenho condição de pagar o aluguel de um lugar desses. Não sei se foi presente, se foi ajuda, se foi dívida com o passado... só sei que aceitei. Pela minha filha. Tava na cozinha preparando o café. Dois pratos. Dois copinhos. Pão com manteiga, um ovinho mexido… nada demais. Só o básico. — Manu, vem comer, filha — chamei, e ouvi só o silêncio. Ela ainda devia tá dormindo. Foi aí que a porta da frente se a

