Sandrinha narrando
Acordei com um barulho estranho na porta de casa o meu coração acelerou de leve, me levantei devagar, ainda sonolenta, e quando abri a porta dei de cara com um dos vapores. Ele estava parado ali, firme, como se fosse um guarda-costas.
— Bom dia… — falei desconfiada. — O que faz na minha porta?
Ele levantou a cabeça e respondeu rápido:
— Bom dia, patroa. O patrão me designou pra cuidar da senhora e da sua filha. Pode me chamar de Boby.
Fiquei sem jeito. Aquele negócio de ser chamada de “patroa” me causava um estranhamento, como se eu tivesse entrado numa realidade que não era minha. Respirei fundo.
— Certo… prazer, Boby. Mas me diz, onde tá o patrão? — perguntei.
Ele deu um meio sorriso, como se soubesse mais do que deveria.
— Tá curtindo o pagode na praça, patroa
