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1912 Words
Teve momentos que j**k acariciava meu rosto com a mão sempre que eu chegava na sala. Isso com certeza é uma das coisas mais estranhas que ele já fez. E tinha também vezes que sussurrava idiotices perversas no meu ouvido. Bem, não eram apenas “idiotices perversas”, pois em alguns momentos soavam bem reais. No dia, ele tava enchendo meu saco para eu fazer uma pose para poder me desenhar. Neguei até onde consegui, mas acabei cedendo no terceiro pedido. Me sentei na pia do banheiro com os braços para trás, os pés separados e balançando no ar. j**k se agachou com o seu caderninho e o colocou apoiado em cima do joelho. Era noite já, as luzes do banheiro estavam apagadas e a única iluminação era a do poste do lado de fora. Uma luz que atravessava as janelas deixando meu corpo listrado de laranja e escuro. “Tiraria o uniforme para mim?” j**k perguntou com um sorrisinho. Não levantou os olhos do caderninho, deslizava o lápis cuidadosamente tentando deixar tudo perfeito. “E você, me beijaria?” Não teve como ele não levantar os olhos. Passou a língua pelos lábios e deu um sorriso. “Eu… eu…” respirou, olhando fixamente para mim. “Eu faria tudo com você.” Jack largou o papel e o lápis, e aproximou-se. “Tudo?” Mordi o lábio. Quando ele colocou a mão no meu joelho, eu o puxei desesperadamente pela gola da camiseta. Seu lábio já estava molhado. Meu pescoço sentiu um leve arrepio e comecei a suar. Eu o apertei mais a mim e ele me apertou mais a ele. Eu sei que estou brincando com j**k e gosto de mexer com os sentimentos dele. Sei que ele me ama e sei o porquê dele me atormentar. Sou uma pessoa r**m por deixar ele esperançoso e o tratar m*l depois? Certo, sempre beijo ele na escada ou no banheiro — até ficar de p*u duro — e depois vou embora. É divertido? É muito divertido ver ele continuar um virgem frustrado. Faltam vinte minutos para às 10h da noite e estou me odiando. Odiando-me por não ter escovado os dentes antes de Feller entrar no banheiro, odiando-me por ter beijado j**k, odiando-me por ter perdido a prova e me odiando por estar querendo ver j**k. Eu não devia estar querendo ver j**k. Ok, eu quero questionar ele sobre sua mentira de que Hector tem algo com uma tal de Alice Kayler. Eu preciso saber, certo? Preciso saber quem é Alice e se Hector está mentindo para mim ou se j**k está mentindo para mim. — Feller, já faz meia hora que está nesse banheiro. Eu preciso escovar os dentes — espanco à porta pela segunda vez. — Eu vou demorar, usa o banheiro da Heather! — a voz atravessa a porta de forma abafada. — Mas o que você está fazendo neste banheiro?! — Não te interessa, Angus! — Vai se ferrar! — Vai você! Acabo por desistir. Não tinha muito o que pudesse fazer. Pego a escova e a pasta de dentes dentro da minha gaveta e fico olhando para ela pensando em largar logo a ideia de ver j**k. Caminho para fora do dormitório. Destranco a porta, quase sendo cegado pela luz do corredor. Cubro os olhos e pisco até me acostumar. Bato à porta e me direciono ao dormitório da Heather. Não é muito longe, apenas três portas de distância e fica ao lado do dormitório da irmã de j**k que, aliás, é melhor que ele. Ela é uma garota um pouco gótica e melancólica, mas é com certeza mais sociável e madura que ele. Ultrapasso um casal, sem chamar a atenção, que conversam entusiasmadamente e que ao mesmo tempo lutam para saber quem vai comer o outro com a boca. Minha professora de sexologia, Mary, diria que são os hormônios e jogaria preservativos neles. “Aos treze anos é quando vocês começam a desenvolver o corpo e sentirem t***o” ela falava sempre ao começar uma aula com um pênis de borracha na mão. “E por isso, vocês passarão a ter aulas de educação sexual.” E terminava a fala colocando uma c*******a no pênis. Tínhamos educação s****l desde os 12 anos. E eu acredito, que isso era por estarmos todos juntos e, praticamente, sem vigilância 24h. Também havia boatos de que houve uma reunião na secretaria de educação de Saskatchewan que, por conta dessa reunião, decidiram pelas aulas mais cedo de educação s****l em todas as redes públicas de internatos. E, até hoje, fico agradecido por minha tia ter me largado no internato de North Battleford ou estaria em uma situação pior em um internato católico. Mesmo minha tia sendo cristã, ela não se preocupou em achar um internato que seguia o que ela acreditava, ela só queria se livrar de mim depois da morte da minha mãe e me largar no primeiro lugar que podia abandonar crianças. No início, quando passamos a ter educação s****l, não sabia se elas eram corretas. Pensava que era sujo ouvir esse tipo de coisa? Não tenho certeza sobre meus sentimentos no início, porém, com o tempo, comecei a entender as aulas e a me interessar por elas. Na verdade, passaram a ser as minhas favoritas, mesmo eu adorando as aulas de Inglês e Francês. Chego à porta da Heather, ergo a mão para bater, mas não faço. Não faço porque a minha vontade de ver j**k é maior do que a de escovar os dentes. Eu preciso saber mais sobre o que ele me contou mais cedo. Ah, como eu preciso. Se a Heather soubesse que estou entre ir vê-la e ir ver j**k, ela quebraria meu rosto. “Você não tem amor próprio!” Consigo ouvir a voz de julgamento e ver os braços cruzados. “Viu como eu estava certa? Você gosta do jeito que ele te trata.” Eu juro que não gosto ou gosto? d***a, não importa! Heather ou j**k. Heather ou j**k. Heather ou j**k. Por quê estou com essa idiotice? Devia escovar os dentes e ir dormir e não me sacrificar para ir ver j**k só para saber algumas merdas que Hector já confirmou ser falsas. Eu devo acreditar nele? Eu devia acreditar nele, ele é o cara com quem estou transando? Certo? Sim! Dane-se a minha dignidade. Deixo a porta da Heather e começo a andar rapidamente pelo corredor. As luzes acima de mim vão passando uma atrás da outra em segundos. Estou começando a ignorar completamente tudo o que j**k fez, desde os assédios até os apelidos deploráveis. Eu sou muito i****a por estar fazendo isso. Sou eu que estou perdendo totalmente a noção. Oh, d***a. Sinto muito Hector, mas eu não confio nem em mim e não será em você que irei. Desço por dois agrupamentos de degraus, viro à esquerda e desço novamente. Ao chegar ao pátio, juro que encontraria um monitor, mas não tem ninguém, nem as luzes estavam acesas. E o pouco de iluminação que existe, vinha da maior janela do refeitório. Dou alguns passos, caminhando lentamente pelas mesas e cadeiras. Olho ao redor. Nada de monitor e nem de j**k. Talvez ele já estivesse me esperando no banheiro, ou eu teria vindo cedo demais? Uma luz passa de relance por alguma das entradas do refeitório e sou obrigado a me agachar por entre as mesas. Vozes ressoam e eu passo para debaixo de uma mesa. — Vão nos pegar — uma voz masculina e levemente familiar diz. — Não, não vão — a segunda voz é bem mais familiar. Não consigo saber quem são. Engatinho um pouco para frente, tomando cuidado para não bater a cabeça na mesa. Por um breve instante, consigo visualizar duas pessoas apoiadas em uma mesa um pouco afastada. A luz da lanterna atrapalha a minha visão. Tento esticar um pouco mais a cabeça, mas brevemente sinto um sentimento de surpresa com estranheza ao visualizar por completo as duas pessoas. Meu jantar se revira no estômago, querendo sair, e meus joelhos começam a rasgar no chão. Ai, minha nossa, que situação. Levanto o rosto mais uma vez por curiosidade, novamente tenho que abaixar o rosto para o chão. Por Deus! Eltery está chupando os s***s da professora de educação física. Eu sabia que devia ter ido dormir. Eu sabia! Meus joelhos continuam insistindo na dor, estou quase começando a desistir de segurar a escova e a pasta, e largá-las no chão. Meu joelho continua doendo, rasgando e formigando. Vai sobrar só ossos! Meus pensamentos sobre o meu joelho estar rasgando no chão param instintivamente quando começo a ouvir gemidos acompanhados pelo barulho da mesa sendo espancada. Pisco diversas vezes e me esforço a olhar outra vez para fora da mesa. A comida se revira com mais intensidade e um dos joelhos parece rasgar de vez. A dor faz eu liberar a escova e a pasta para colocar a mão na boca. Fecho os olhos e começo a implorar que eles terminarem o quanto antes. Após uma longa e abalada sessão de gemidos, a lanterna volta a se mexer e as vozes deles retornam. — Vamos sair daqui, acho que alguém pode nos ter visto — Romy sussurra na escuridão. Mordo os lábios, tirando o joelho dolorido alguns centímetros do chão. Os dois joelhos parecem estar em carne viva. Isso foi pior do que qualquer castigo. Quando não tem mais um traço de luz no refeitório, tomo coragem e me retiro de debaixo da mesa. Olho ao redor e me volto para a direção do banheiro. Joelhos doendo, vou tropeçando com passos silenciosos, espremendo-me entre as mesas até finalmente ficar livre dos obstáculos. Chego à porta do banheiro e giro a maçaneta, mas não abre. Tento girar outra vez e nada. Dou uma leve batida com a mão e escuto passos do outro lado. — j**k? — chamo. — Angus? — responde e logo em seguida à porta destranca. ____∞____ Com a boca novamente no meu p*u, Angus começa a mobilizar os lábios devagar para fazer a sucção, mas apenas na região da glande, despertando uma aflição em mim que se inicia desta região e se estende por todo o meu corpo. Seus dedos circulam pela umidade do meu p*u. Audaciosamente, ele bate com a extremidade da minha glande contra a língua, ao tempo que contorna com os outros dedos os meus testículos. O calor no quarto é insuportável, entretanto, os toques de Angus podem ser agradavelmente amenos, tornando o calor lentamente aprazível. Persisto em agarrar sua cabeça mais uma vez, mas ele consegue ser mais ágil, detendo minhas mãos contra os braços da poltrona, continuando a me mamar apenas com a boca e sem auxílio das mãos. Consecutivamente, fico incomodado que não posso tocá-lo e minha única opção é se movimentar com a cintura, acompanhando o ritmo de sua boca. Realmente estou pensando ser capaz de aguentar a noite toda com o p*u em sua boca. Até penso que caso acabe gozando, não pararia e insistiria para que continue. Angus contorna deliciosamente toda a cabeça do meu p*u com a língua, e, logo depois, engole tudo, mas não demora a se reerguer sugando mais deliciosamente ainda. Passo a sentir gotas de suor descendo pelo rosto, e com elas, uma ligeira coceira. Adoraria acabar com ela, mas Angus ainda segura minhas mãos. Aliás, eu com certeza já devia ter gozado, só que não tinha acontecido. Seria outra técnica dele?
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