CAPÍTULO 12

2077 Words
TRÊS SEMANAS DEPOIS Já faz semanas que eu não o vejo, e também que ando como se o mundo não existe como se tivesse morrido, não me alimento direito, durmo a maior parte do tempo, estou funcionando no automático, do trabalho para casa e de casa para trabalho. Essa é a minha vida agora. Começo a me arrumar para ir ao trabalho coloco uma calça jeans uma sapatilha e uma blusa de mangas curtas faço um coque, faço a maquiagem com extrema perfeição, para assim esconder as olheiras. Saio do quarto e encontro o meu irmão deitado no sofá vou até lá e dou um beijo na cabeça dele, coloco o cobertor sobre o seu corpo novamente. Estava sendo bom ter ele aqui, mesmo sabendo dos motivos que o fazia ficar. Os dois ainda não havia falado diretamente para mim. Vou até a cozinha abro a geladeira e não encontro nada que me faça ter vontade de comer. Pego uma maçã e saio do apartamento. O dia estava escuro, uma forte chuva ameaçava cair, então o motorista demora o dobro do tempo ate chegar a empresa. Chego a empresa alguns segundo antes da chuva começar a cair com toda a sua fúria, os trovões soando alto dentro do prédio. — Bom dia. – Ana sorri como sempre, ela se tornou uma boa amiga assim como Anderson. Mesmo assim não tive coragem de falar para os dois que aconteceu entre Ian e eu. — Jú, que tal nós almoçamos hoje aqui na empresa? – ela pergunta, ela fazia aquela pergunta a dias. Eu não andava sentido muito fome. — Claro. Podemos conversa mais tarde sobre isso. – Essa era a minha resposta de todos os dias. — Eu não sei mais o que fazer, não consigo te ver assim tão abatida. – Foi a primeira vez que ela foi direta, ela segurou minha mão, me confortando e eu senti uma imensa vontade de chorar ali na recepção. — Está tudo bem. – Tento disfarçar a voz chorosa com um limpar de garganta. — Não precisa se preocupar. Não espero por mais e sigo em direção ao elevador, sabendo que não conseguiria aguentar mais aquele olhar, quando as portas está se fechando alguém me pede para segurar e eu faço e escuto barulho de saltos no piso e então ela entra e eu me arrependo de ter segurado o elevador. Ao encarar Emilly. — Bom dia. – Ela me comprimenta animada. Só aceno com a cabeça sabendo que não podia aguentar mais. Olho para a barriga dela, está crescendo. Não é muito, mas já é perceptível a gravidez. — Estou muito feliz. Ainda não sabemos o sexo. Estou no terceiro mês. — Meus parabéns. — Tudo está melhor com o papai em casa, nunca vi alguém tão bobo com a perspectiva de ser pai. Ian tá muito feliz, ele se sente grato por não precisar mais estar tão focado no trabalho. Ela acaricia a barriga e subitamente sinto todo o ar se evaporando, não consigo respirar. Não me lembro de como se faz, seguro a barra de metal do elevador e foco em não desmaiar. Não ali. Não com aquela pessoa. Ela continuava a falar e tudo o que eu escutava era um zumbido insistente em meus ouvidos. As portas do elevador se abre e ela sai. Só quando as portas voltam a se fechar é que consigo respirar novamente, abano o rosto na tentativa de expulsar as lágrimas traidoras. Quando as portas se abre de novo eu já me sinto mais calma. Caminho devagar até a minha mesa. A porta da sala da Ellen está aberta, ela gostava de chegar cedo. Pego a o Tablet e vou ate ela, é muito fácil trabalhar com Ellen, ela é extremamente esforçada e faz de tudo para conseguir o que quer, era melhor até mesmo que ele. Porém o pai a testava até seu limite e ela sempre buscava uma forma de ultrapassar todos os limites imposto. Bato a porta e ela acena que posso entrar. — Sobre que assunto será a reunião? Pai... sim eu sei. Ellen apertou mais o fone no ouvido, a sua expressão era de pura irritação. — Sei disso... não fale assim... ok. Ela tira o fone dos ouvidos e suspira alto, a frustração da garota até me parecia palpável. — Bom dia. – A comprimento, ela se deixa cair na cadeira. Parecendo muito cansada para um dia que havia acabado de começar. — Será um dia longo, Juliana. Espero que tenha descansado bastante. — Hoje todos os Albuquerques irão se reunir para a reunião anual. É necessário que tudo seja feito com maestria. Sei que nem preciso lhe pedir isso. Mas é muito importante que nada de errado. Senta aí Juliana, preciso que você ligue para todos os Albuquerques e marque uma reunião as duas hora da tarde. Preciso de você presente até o fim da reunião, temos que organizar toda as pautas que precisa de uma atenção com urgência e tambem preciso que me ajude a lembra de tudo o que for discutido. Então se desejar pode anotar. Também preciso que você ligue para um serviço de buffet, deixo o cardápio a sua disposição. Só lembre de pedir algo leve, meus irmãos não gosta de nada agridoce e antes de tudo olhe a sala de reunião. Peça para alguém do TI vir testar todos os equipamentos. Sei que pode dar conta de tudo. Ellen sorri em desespero. Acho que está um pouco aflita também. — Pode deixar comigo. As vezes ficava chateado e um pouco frustrada com todos achando que não conseguiria cumprir funções básicas, mas entendia o medo de Ellen e todo o seu comprometimento. Ligo para o melhor buffet da cidade e depois pesso para limparem a sala de reunião, enquanto está limpando levo as pastas com os documentos e todos os registro da empresa, desde de renda a investimento. Kaique o garoto do TI foi prático e muito rápido. Ele flertou descaradamente comigo e me senti lisonjeada, o garoto era lindo demais. Uma barba cheia e n***a como a noite em contraste com a pele escura. Um pretinho muito gostoso com os lábios carnudos. E eu juro que pensei em como aquela boa deveria trabalhar bem. Volto para minha mesa, na tentativa de expulsar aqueles pensamentos da minha cabeça. Encaro a lista de telefones e o primeiro nome que vejo é o dele. Ligo para todos avisando sobre a reunião de hoje e a cada número ligado eu vou deixando o número dele por último, temendo ouvir sua voz. E então chega a vez dele. O telefone toca uma vez... duas...três... — Alô.– Respiro aliviada ao escutar a voz de uma senhora. — Bom dia! Meu nome é Juliana, trabalho na empresa Albuquerque. Estou ligando porque preciso falar com o senhor Ian Albuquerque. — Desculpe querida. Mas o senhor saiu faz um tempinho. A mulher era muito gentil. Ela voltou a falar. — Se quiser pode deixar recado que eu aviso assim que ele chegar. — Agradeceria se fizesse isso. Avise ao senhor que foi marcada a reunião anual para hoje as duas horas. É de extrema importância que ele compareça. — Vou avisar sim, minha flor. Volto ao meu trabalho mais tranquilo. Fazendo como em todos os outros dias, o jogando no canto da minha mente é fechando a porta. Olho no relógio e vejo que já são meio dia pego a minha bolsa e desço para o refeitório. Anderson é o primeiro a acenar pra mim e então eu vejo a ruiva já sentada ao seu lado. Vou até o bife e começo a me servir. Uma moça colocou uma bandeja com enorme bifes bem na minha frente, parece faz delicioso que fico com água na boca. Caminho feliz em direção aos meus amigos, aquela carne na minha bandeja me trouxe uma felicidade imensa, só em pensar no quanto ela estava saborosa. — Alguém recuperou o apetite. – Anderson aponta para o meu prato. — Estou faminta. Corto o meu bife e ponho na boca, o gostoso estava maravilhoso, mas não deu tempo o suficiente de saborear a carne, sinto o vômito subir por minha garganta, saio correndo em direção ao banheiro. Temendo morrer de vergonha se vomita-se ali na frente de quase toda a empresa. Foi um segundo que me salvou, entro na cabine privativa e vômito todo o conteúdo que tem no meu estômago. Gentilmente sinto os dedos gelados afastar os cabelos do meu rosto. Continuo a vomitar mesmo quando já não tenho mais nada no estômago. — Você deveria ir para casa descansar amiga vem eu te levo. – ela me ajuda a ir até a pia. Tenho vontade de chorar ao me observar no espelho, toda a minha maquiagem estava borrada lavo o rosto, sabendo que precisava urgentemente ficar apresentável. — Eu não posso ir embora. Foi só um m*l estar. Eu preciso da minha bolsa ela esta lá na mesa, pega para mim por favor ? E chame o Anderson também. Ela faz o que peço. Não demora muito para que os dois entre no banheiro, meu amigo balança a cabeça quando me ver. — Você corre muito rápido. Eu nem tentei te alcançar. – Ele brinca enquanto gentilmente esfrega um lenço no meu rosto. — Eu não queria vomitar na mesa. — Eu também não iria querer isso. Você está bem ? Ele deixa de lado as brincadeiras e olha em meus olhos. Eles me coloca sentada em puff que ficava em frente ao banheiro, Ana pegou o objeto do lado de fora com tanto cuidado que eu só vi quando ela estava parada a minha frente. — Sebta aqui. – Fiz o que ela pediu e os dois começaram a cuidar de mim, Anderson tirou uma barrinha de cereais com morango do bolso e me entregou, mesmo temendo que passa-se m*l mais uma vez, eu comi. Ana cuidava do meu cabelo, enquanto Anderson me maquiava. Os dois ali cuidando de mim foi muito bom. Me mostrou que eu tinha pessoas que de verdade se importava comigo. — Quero que vocês venha para o jantar, Manu vai ficar feliz em ter mais pessoas e ela adora vocês. Os dois concordam de imediato, eu decidi que contaria tudo para eles, assim não haveria segredos entre nos. Eu sabia que os dois ficaram ao meu lado e seria bom não ter mais que inventar desculpas. — Tá pronta, gata. – Abro os olhos e me sinto tão leve, era como se eu tivesse tirado um cochilo e na verdade eu achava que tinha feito aquilo. Me viro para encarar meu reflexo e dessa vez eu fico espantada ao ver o quanto fiquei bonita. O coque baixo, com algumas tranças finas e algumas mechas soltas na frente ficou uma graça. Entendi agora o porquê dela sempre está com o cabelo maravilhoso. Ana era um talento raro, conseguiu com uma escova me deixar com o cabelo como de uma princesa. — Meu cabelo nunca esteve tão bonito. Ela sorri satisfeita com o elogio. A maquiagem de Anderson está um arraso, os olhos foi o que mais gostei. O delineado duplo preto e verde estava perfeito, ele conseguiu deixar minhas sobrancelhas perfeita só com maquiagem. O batom nude era o único que nunca tinha usado e de repente se tornou meu favorito. — Gente. O que vocês fizeram comigo? Pergunto admirada. Eles dois me abraça forte. — Tem que fazer aquele boy ajoelhar e chorar te querendo de volta. Anderson olha para mim no espelho e me sinto uma boba por não ter contado antes. — Sei que você iria nos contar. Mas nós a entendemos. As coisas não tem sido fácil não é? Novamente a vontade de chorar me toma, os olhos de Ana muito compreensivos me fazem me tornar uma chorona. — Amiga... – Anderson estala os dedos a minha frente me fazendo olhar para ele. — Foco. Mantém a cabeça erguida o tempo inteiro. E abra um ou dois botões dessa blusa, você é gostosa demais para está tão educada. Anderson subiu comigo, ele estaria presente também na reunião. Olho no relógio e vejo que falta apenas vinte minutos. No fim do corredor vi algumas pessoas do bife e Ellen também estava lá, estava comendo. Meu amigo passou a mãos em minhas costas e perguntou se estava bem e quando ia responder as portas do elevador se abriu e lá estava ele. Ian Alburquerque.
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