A JUVENTUDE: A PERDA DO ENCANTO
Conforme Drenalina se aproximava da sua juventude, as responsabilidades da escola e as expectativas dos pais começaram a pesar sobre seus ombros. As tardes que antes eram preenchidas com aventuras mágicas e descobertas foram sendo gradualmente substituídas por estudos e a pressão de se encaixar em um ambiente onde ela nunca conseguiu fazer amigos.
Drenalina sempre foi insegura e retraída, o que a tornava um alvo fácil para os colegas. O bullying se tornou uma constante em sua vida escolar, e cada dia era uma luta para se manter firme diante das provocações. Em um momento particularmente difícil, ela apanhou de uma menina rebelde da escola, um episódio que a marcou profundamente e fez com que ela se sentisse ainda mais isolada.
— Preciso focar nas provas — pensava Drenalina, guardando o amuleto em uma caixa no fundo do armário. — Essas coisas de magia são apenas fantasia.
Com o tempo, as lembranças das tardes ensolaradas explorando o quintal e os mistérios do amuleto foram se apagando. Drenalina começou a enxergar o mundo de uma forma mais prática, como se a magia fosse apenas uma fase infantil que já havia passado.
A VIDA COTIDIANA: A CONFORMIDADE COM A REALIDADE
Drenalina se dedicou aos estudos na esperança de escapar da dor emocional que sentia na escola. As conversas sobre ciência e matemática tornaram-se mais frequentes em sua mente, enquanto qualquer menção à magia era vista como infantilidade.
— Você ainda acredita nessas coisas? — perguntou um dos seus colegas durante uma aula. — Isso é coisa de criança!
A frase ecoou na mente de Drenalina, fazendo-a sentir-se envergonhada por ter acreditado em algo tão "imaginativo". Aos poucos, ela começou a se afastar das histórias que tanto amava e a esquecer os sonhos de descobrir o mundo mágico que a cercava.
O GRANDE DIA: ANIVERSÁRIO DE 18 ANOS
Quando o dia do seu aniversário chegou, Drenalina estava cercada por familiares que celebravam sua transição para a vida adulta. A casa estava decorada com balões coloridos e faixas de "Feliz Aniversário". Havia bolo, risadas e música, mas uma parte dela sentia um vazio inexplicável.
A FESTA E O ISOLAMENTO
A festa estava cheia de vizinhos e conhecidos, todos sorrindo e interagindo, mas Drenalina se sentia isolada em meio à multidão. Ela estava em um canto, segurando um copo com refrigerante, observando as pessoas rirem e conversarem.
Drenalina: (pensando) "Por que estou aqui? Todos parecem tão felizes... e eu me sinto tão sozinha."
Os pais dela, animados e sorridentes, estavam conversando com os convidados. O pai levantou o copo em um brinde.
Dr. Lucas: "Um brinde à nossa Drenalina! Que ela tenha um futuro brilhante na faculdade!"
Drenalina forçou um sorriso, mas seu coração não estava na comemoração. Ela se lembrava dos anos difíceis na escola, das provocações e das risadas às suas custas.
ENCONTRO COM A VIZINHA
Uma vizinha se aproximou, cheia de entusiasmo.
Lúcia: "Parabéns, Drenalina! Agora você é oficialmente adulta!"
Drenalina: (sorrindo timidamente) "Obrigada... Fiquei sabendo que você vai pra faculdade. O que você vai estudar?"
Drenalina respondeu: "Sim, vou estudar artes. Gosto muito de pinturas."
Lúcia: "Que ótimo! Você sempre foi tão inteligente! Tenho certeza de que vai se sair muito bem."
A vizinha continuou falando sobre os planos da filha dela, mas Drenalina já estava perdendo o interesse na conversa. Sentia uma onda de tristeza e desejava que a festa terminasse logo.
Drenalina: (pensando) "Eu só quero que isso acabe... Que eu possa ir para a faculdade e deixar tudo isso pra trás."
BUSCANDO REFÚGIO
Ela se afastou um pouco mais, buscando um lugar tranquilo no quintal, onde o barulho da festa ficava distante. Olhando para as estrelas no céu noturno, respirou fundo, tentando encontrar algum conforto na solidão.
Nesse momento, sua mãe apareceu ao seu lado, percebendo a expressão triste da filha.
Sophia: (com preocupação) "Drena, querida... você está bem? Essa festa é para celebrar você!"
Drenalina: (com os olhos marejados) "Eu só... não me sinto parte disso."
Sophia: (abrindo os braços) "Você não precisa ser perfeita ou ter muitos amigos para ser especial. Você é única e amada do jeito que é."
Drenalina: (suspirando) "Mas eu me sinto tão sozinha... Ninguém realmente entende."
Sophia: (acariciando o ombro da filha) "Eu entendo mais do que você imagina. E estou aqui para te apoiar em tudo que precisar. Esse novo capítulo na sua vida pode ser diferente."
Drenalina olhou nos olhos da mãe e sorriu levemente, sentindo-se um pouco mais acolhida.
Drenalina: "Obrigada, mãe. Eu só espero que a faculdade seja melhor."
*A REFLEXÃO FINAL
Naquela noite, enquanto arrumava suas coisas antes de dormir, Drenalina viu a caixa no fundo do armário. Por um momento, hesitou em abri-la, mas logo decidiu deixá-la fechada.
Drenalina: — Isso já faz parte do passado — murmurou para si mesma.
A SEMENTE DA REDESCOBERTA
No entanto, mesmo sem perceber, as raízes da magia ainda estavam lá dentro dela. Com cada passo em direção à vida adulta, Drenalina começou a sentir uma leve inquietação em seu coração. Algo sussurrou para ela lembrar das aventuras esquecidas e do encantamento que um dia fez parte de sua vida.
QUARTO DA DRENALINA - MANHÃ
Drenalina está em seu quarto bagunçado, cercada por livros, roupas e objetos espalhados. Ela se apressa para se arrumar para a faculdade. No canto da mesa, um amuleto brilha sob a luz do sol.
Drenalina: (pegando o amuleto) Ah, meu amuleto de proteção! Não posso esquecer você hoje.
Ela observa o amuleto, que é uma pequena pedra azul com um símbolo de proteção esculpido. Depois, ela pega uma corrente prateada e coloca no pescoço.
Drenalina: (sorrindo) Agora você se tornou um cordão estiloso! Espero que você me proteja das forças obscuras que andam por aí...
Enquanto ela se arruma, uma sombra passa pela janela. Drenalina levanta a cabeça, sentindo que algo está errado.
Drenalina: (pensativa) O que foi isso? Não posso deixar que essas forças obscuras atrapalhem meu dia... Hoje é o meu primeiro dia no curso de pintura!
Ela pega uma tela em branco e alguns pincéis, colocando-os cuidadosamente na mochila.
Drenalina: (animada) m*l posso esperar para colocar minhas ideias em prática! A minha antiga professora disse que a pintura é uma forma de expressar nossas emoções... E eu tenho muitas!
Um barulho vindo do armário chama sua atenção. Drenalina se aproxima cautelosamente.
Drenalina: (sussurrando) Se tem alguém aí, é melhor se identificar!
Do armário sai um pequeno gato travesso, rindo.
Gato: (brincalhão) Oi, Drenalina! Eu só queria ver o que você estava fazendo. Posso ficar?
Drenalina: (surpresa e rindo ) Uau! Um gato falante? Isso é novo! O que você quer? Estou me preparando para ir à faculdade!
Gato:Eu só quero garantir que você não encontre as forças obscuras no caminho. Elas estão atrás de você!
Drenalina: (decidida) Não vou deixar isso acontecer! Com meu amuleto e um pouco de coragem, posso enfrentá-las! Além disso, hoje vou pintar algo incrível e não posso deixar nada me distrair.
O gato salta da prateleira e se aproxima dela.
Gato: Você sabe como lidar com elas? Tem algum plano?
Drenalina: (pensativa) Bem, eu pensei em usar a pintura como uma forma de proteção. Se eu colocar minhas emoções na tela, talvez consiga criar algo poderoso!
Gato:(entusiasmado) Isso é ótimo! Posso te ajudar a escolher as cores?
Drenalina ri e balança a cabeça.
Drenalina: Claro! Você pode ser meu assistente artístico.
Ela dá um último olhar ao espelho, ajusta o cordão com o amuleto e sai do quarto com determinação.
Drenalina: (gritando para seu pai) Pai! Estou pronta pra seguir viagem!
Ela saiu e nem percebeu que falou naturalmente com um gato