Beatriz Eu juro por Deus que aquele dia não passava. Parecia que o relógio tinha parado só pra me zoar. Eu tentava me distrair com qualquer coisa: ligava a TV e ficava mudando de canal que nem doida, ouvia o vento batendo na janela blindada, o frigobar zumbindo que nem mosquito no ouvido, mas nada adiantava. O quarto, que no começo até parecia um hotelzinho cinco estrelas, agora tava virando cela de luxo. Por mais que tivesse comida, banho quente, cama que afundava gostoso, eu me sentia presa pra c*****o. Presa no medo, presa na saudade, presa naquele olhar preto que não saía da minha cabeça. De repente a fechadura fez aquele “clic” eletrônico e meu coração já disparou antes de eu ver quem era. Porta abriu e, óbvio, era ele. Shark entrou como se a casa fosse dele (ah, espera, é mesmo

