Beatriz Essa semana foi a mais longa da minha vida inteira. Sério, parecia que o tempo tinha parado só pra me torturar. O Luiz tava lá, deitado naquela cama improvisada, branco que nem papel, respirando fraquinho, e a única coisa que mostrava que ele ainda tava vivo era o peito subindo e descendo devagar e, de vez em quando, um murmúrio rouco que saía da boca dele. E sabe qual era o nome que ele mais falava? Beatriz. Sempre Beatriz. Como se, mesmo apagado, ele ainda me procurasse. Eu praticamente me mudei pro quartinho onde ele tava. Só saía pra tomar um banho rápido lá em casa, trocava de roupa correndo e voltava voando. Dormia na cadeira plástica do lado da cama, comia o que o Nando trazia (quentinha, lanche, fruta, qualquer coisa), mas a maior parte do tempo eu ficava segurando a mão

