Espécies Extintas - A Sacerdotisa

Híbrido

-Vejo que você aceitou bem  e sabe de muita coisa.- dei um pulo ao ouvir a voz de Fascínio bem atrás de mim.

-Você e essa mania de aparecer sem avisar. – tirei a mão do coração e me permitir respirar. – Ainda está muito cedo para você vim me pertubar.

-Vejo que suas tatuagens estão crescendo. – ele olhou para a parte do minha mão que tinha linhas se formando na parte do pulso. – Isso deve ser um bom sinal.

-Sinceramente? Não sei pra quem. Só se for pra vocês e o seu mundo.

-Que também é seu.

-Não é.

-Ainda.

-Veio até aqui para que? Encher minha paciência logo de manhã? Não quero que o Erik te veja aqui no meu quarto.

- Ele não vai ver. Ele está dormindo. – o olhei confusa. – Eu apenas escuto o silencio.

-Você é bastante estranho.- revirei os olhos e voltei a pentear meu cabelo. - E ainda não me disse o que você é, ou poder você tem.

-Eu sou um híbrido.

-E o que isso significa? – me virei para ele.

-Significa que eu sou a mistura de duas coisas. Duas espécies.

-E quais são elas? Você é bruxo não é? Bruxo e o que mais?

-Bruxo e vampiro. – eu ri alto. Não dava pra acreditar, essas coisas não existem. Ou existem?

-Não ria. Você não sabe o que te espera. Na Imperium, há várias espécies . Irá aprender a conviver com elas.

-Espera, isso é serio? – me levantei no mesmo instante. –Você mata pessoas então? E o que é Imperium?

-Como posso te explicar? – ele parou por um momento. – Sabe aqueles caras maus? Nós o sugamos até a morte. Mas também temos um banco de sangue na escola, que no caso é a Imperium. E lá, as pessoas vão de pura boa vontade doar sangue.

-Aposto que não sabem que vocês vão tomá-lo.

-Temos um tipo de compilação, posso, hum, te hipnotizar. Se eu quiser claro. – eu queria gritar, mas não podia. Eu estava totalmente surpresa. – Também tenho uma audição muito boa. E uma velocidade desejavelmente rápida. – eu continuava calada. – É muita coisa pra digerir não é? Entendo.  Vou te deixar em paz. Tenha um bom dia. – e só senti um vento e vi um vulto deixar meu quarto. Que loucura! Eu precisava contar isso para as meninas. Depois dos últimos meses, eu e as meninas fizemos um grupo para conversamos sobre algo estranho que acontecesse entre nós.

Isabelle: “Descobri o que o Fascínio é.”

Luna: O que está esperando pra dizer?

Sofia: Ele é um bruxo...

Alice: .. não é?

Mel: Deixem ela falar!

Isabelle: Ele é um híbrido!

Todas: Hibrido??

Isabelle: Ele é tipo um bruxo e um vampiro. Se alguém estiver com tempo, por favor, pesquise sobre isso. Tenho que ir, estou com o Erik, então nada de ligações ou mensagens suspeitosas. Até logo!

Ao descer as escadas, bom tempo depois. Logo depois de meus olhos voltarem a cor normal e ter coberto minhas tatuagens. Fui para a cozinha e me deparei com todos conversando. Erik tinha um grande sorriso no rosto, conversava com eles a vontade como se já fosse de casa há anos. Fiquei feliz por um tempo, mas logo depois o sorriso se foi. Lembrei que perderia aquilo em algum tempo. Perderia a normalidade. Perderia os momentos em família. Perderia o Erik.

-Bom dia querida! – sai dos meus pensamentos quando escutei a voz do vovô soar em minha direção.

-Bom dia! – sorri e me sentei na mesa ao lado de Erik. Soltei um sorriso pra ele. A manhã foi tranquila, o dia todo aliás, e logo chegou a hora de irmos embora. Era a hora da despedida, algo que nunca gostei.

-Até logo vovó! Prometo voltar em breve.

-Eu sei que vai querida. E virá com surpresas.- Vovó falou e me abraçou sorrindo. Ela e sua mania de saber o que está acontecendo sem me contar.

[...]

De volta a normalidade, de volta a escola. Isabelle falava para as meninas sobre como tudo aconteceu no final de semana e como havia descoberto sobre Fascínio. Mel havia pesquisado sobre o hibridismo. E tinha achado algo um tanto interessante.

-Então, eu pesquisei um pouco mais e eis o que achei. – todas as garotas estavam em um dos corredores da biblioteca. Mel abriu um livro grosso e aparentemente velho, onde o título era “Criaturas Místicas”.

-Olha, isso aqui é um ponto importante. Talvez fosse disso que ele estava falando. “O termo "híbrido" vem do grego ὕβριδης (com o sufixo de patronímico grego δη), hybris,pelo latim hybrida ou hibrida. Hýbris significa um ultraje ou um "passou dos limites" na linguagem grega: a miscigenação, segundo os antigos gregos, violava as leis naturais. Hybris significava, literalmente, "o filho de uma desmedida", pois o cruzamento entre seres que não "deveriam" cruzar era considerado um afronta, um ultraje. Outro exemplo: Aquiles comete uma hýbris ao maltratar o corpo do falecido Heitor e não querer entregá-lo a seu pai. Em latim, hibrida é usado tanto para designar o resultado do cruzamento de espécies diferentes, como a égua com o jumento, como o filho de um romanocom uma estrangeira, ou de um homem livre com uma escrava.”

-Eu não entendi nada. – Luna falou mexendo no cabelo.

-Fala que ser híbrido é ser duas espécies. – Isa começou a falar. – Talvez nós sejamos, porque somos humanas e feiticeiras, bruxas, não sei.

-Da mesma forma que fala aqui abaixo, que híbridos podem ser lobisomens, vampiros, bruxos, deuses, e vários animais existentes na mitologia grega.

-Ótimo, ele é um hibrido. – Sofia apenas suspirou.

-E no que isso nos ajuda? – Alice continuou o pensamento da amiga.

-Na verdade em nada. – Isa tomou a frente. – Mas já sabemos o que pode vir pela frente. Depois da temporada de inverno, provavelmente vamos para a Imperium. Morar. E pelo que soube, tem muita coisa por lá que não conhecemos.

-Isso é para nos assustar? – Luna olhou para Isa. – Porque está conseguindo.

-É só para alertar está bem? Se cuidem. – a morena foi a primeira a sair da biblioteca , deixando as outras para trás.

-Nossa, bela maneira de nos deixar tranquilas. – Luna comentou e logo saiu também.

Agora faltavam apenas alguns meses para as aulas acabarem. Haveria formatura e baile, e seria bem difícil para as meninas lhe darem com isso.

Passado um tempo e parecia que tudo havia voltado ao normal, as tatuagens pararam de crescer, a vontade de mexer com seus poderes havia parado e a cor do olhos havia se estabilizado. Não se sabia ao certo o que estava acontecendo com as meninas, porém nenhuma falou nada.  Os meses se passaram tão rápido, que próxima semana seria o baile.