CAPITULO 54

967 Words
Quando a tarde se arrastou, finalmente chegou a hora de ir para casa. Enquanto caminhava pelos corredores, com Emily ao meu lado, não conseguia deixar de pensar em Samuel. Por mais irritada que estivesse com ele, uma parte de mim ainda se importava. Mas eu não podia deixar que ele continuasse a interferir na minha vida. Ao chegar em casa, fui direto para o meu quarto, colocando o buquê de rosas amarelas em um vaso improvisado. Fiquei olhando para as flores, sentindo uma mistura de emoções. Por um lado, estava animada com o gesto de Aidan e o que ele significava. Por outro, estava determinada a estabelecer limites claros com Samuel. Decidi tomar um banho relaxante e, enquanto a água quente caía sobre mim, pensei em Samuel. Precisava ser firme e deixar claro que ele não podia mais se intrometer na minha vida. Quando terminei, vesti roupas confortáveis e desci para jantar. Samantha e Doug estavam na cozinha, preparando algo simples. Samuel ainda não tinha aparecido, e eu me perguntei se ele estava evitando o confronto. Sentando-me à mesa, comecei a comer em silêncio, ouvindo o murmúrio da conversa entre Samantha e Doug. Foi só quando estávamos terminando o jantar que Samuel finalmente desceu. Ele me olhou de relance, mas não disse nada, sentando-se à mesa em silêncio. Ele já tinha me irritado o suficiente, e agora era minha vez de retribuir. Enquanto todos se acomodavam, olhei de soslaio para Samuel, que parecia desconfortavelmente ciente de que algo estava prestes a acontecer. "Como foi o dia de vocês?" perguntei, tentando soar casual. Samantha, sempre a mediadora, respondeu primeiro. "Foi tudo bem. Tive algumas reuniões importantes, mas nada demais." Doug assentiu, acrescentando, "O meu também foi tranquilo, apenas rotina no trabalho." Peguei um pouco de comida e, com um sorriso que escondia minha intenção, disse, "O meu dia foi ótimo, na verdade." Samantha levantou o olhar, interessada. "Ah, é? O que aconteceu de especial?" Decidi começar devagar. "Recebi flores na escola, do Aidan." Samuel parou o garfo no ar, exatamente como eu esperava. Virei-me para ver sua reação, e pude perceber que ele estava tentando esconder a irritação. Eu tinha acertado em cheio. Doug franziu a testa. "Aidan? O mesmo que vai te levar ao cinema?" Assenti, continuando, "Sim. E o mais curioso é que ele já havia enviado um buquê enorme de rosas vermelhas para casa, mas nunca chegou." Samantha pareceu preocupada. "Você acha que ele pode ter errado o endereço?" Balancei a cabeça. "Não, tenho certeza que ele não errou. É estranho, não acham?" Doug pensou por um momento e sugeriu, "Talvez ele deva verificar com a floricultura quem recebeu. Assim, pode pedir o reembolso." Samuel, claramente irritado, interveio. "O melhor seria ele não enviar flores. Não acho que é apropriado Lily ficar recebendo flores de um cara." Samantha levantou uma sobrancelha, cética. "Samuel, você por acaso viajou no tempo para o século passado? Qual é o problema de receber flores?" "Flores podem ser perigosas. Pessoas podem ter alergias," disse Samuel, tentando desesperadamente justificar sua ação. Eu aproveitei a deixa. "Eu não tenho alergia." Samantha rapidamente acrescentou, "Eu também não." Doug, quase rindo, disse, "Nem eu." Samuel bufou, claramente derrotado. "Seja." Então ele se levantou abruptamente e saiu da sala de jantar. Não pude deixar de sentir uma pequena satisfação enquanto ele saía. Eu tinha conseguido exatamente o que queria. Samantha, tentando manter a harmonia, disse, "Lily, não se preocupe com o humor do Samuel. Provavelmente é por causa da banda. Eles têm passado por alguns momentos difíceis." Eu dei de ombros. "Tudo bem. Não vou deixar isso me abalar." Samantha, curiosa, voltou-se para mim. "Conte mais sobre como foi que Aidan entregou as flores." Sorri, lembrando-me do momento. "Foi bem legal. Ele apareceu no refeitório com um buquê menor de rosas amarelas, disse que preferiu entregar em mãos desta vez. Foi um gesto muito doce." Samantha sorriu, parecendo satisfeita. "Parece que ele está realmente interessado em você, Lily." "Sim, ele está sendo bem atencioso," concordei, sentindo-me um pouco mais leve. "E sabe, estou animada para o cinema no sábado." Doug olhou para mim com um misto de p******o e aceitação. "Só quero que você se divirta e fique segura. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me ligar." Assenti, apreciando a preocupação. "Pode deixar, pai. Vou tomar cuidado." Continuamos a jantar em um clima mais leve. Apesar do drama com Samuel, senti que estava conseguindo estabelecer meu espaço e minhas próprias escolhas. Depois de terminar o jantar, ajudei a limpar a mesa e subi para o meu quarto, querendo um pouco de tempo sozinha para pensar. Sentada na cama, olhei para o buquê de Aidan, sentindo um misto de excitação e apreensão. Estava ansiosa para o sábado, mas também sabia que precisaria ser firme com Samuel. Peguei meu diário e comecei a escrever, tentando organizar meus pensamentos. Escrever sempre me ajudava a clarear a mente e encontrar alguma paz em meio ao caos. "Querido diário," comecei, "hoje foi um dia cheio de emoções. Aidan me surpreendeu com um buquê de rosas amarelas, já que Samuel jogou fora o primeiro buquê que ele enviou. Eu disse a Emily que não quero mais saber de Samuel, mas é difícil ignorar tudo o que sinto." Continuei escrevendo, deixando meus pensamentos fluírem. Sabia que precisaria enfrentar Samuel mais cedo ou mais tarde, mas estava decidida a não deixar que ele atrapalhasse minha felicidade com Aidan. Quando finalmente fechei o diário, me senti um pouco mais tranquila. Coloquei-o na gaveta do criado-mudo e me deitei, olhando para o teto. O futuro ainda era incerto, mas sabia que tinha que seguir meu coração e fazer o que era melhor para mim. E, por enquanto, isso significava dar uma chance a Aidan e ver onde essa nova aventura poderia me levar.
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