Secret Passion

Entregues ao Desejo

O reencontro aconteceu em silêncio. Pedro a esperava dentro do carro, parado à sombra de uma árvore afastada, longe de olhares curiosos. Quando ela entrou, não houve palavras de imediato. Apenas um olhar carregado de tudo o que tinham segurado por semanas: desejo, culpa, raiva, e algo mais profundo — uma espécie de necessidade sufocada.

— Ele me traiu, Pedro — disse ela por fim, com a voz embargada, mas firme. — E eu... não sou melhor do que ele.

Pedro a olhou com calma, sem pressa, sem julgamento.

— Você é melhor, sim. Porque você hesitou. Porque você tem coração.

Sandra baixou os olhos. Não queria ouvir aquilo. Não queria justificativa para o que sentia. Mas era tarde demais. Ela já havia cruzado a linha — e o pior é que agora ela não queria mais voltar.

Ele esticou a mão e tocou o rosto dela com delicadeza, como quem segura algo precioso. Quando a beijou, não houve resistência. Não era um beijo apressado como o primeiro. Era um mergulho profundo no que os dois haviam segurado por tanto tempo. Uma entrega sem volta.

Foram para um pequeno hotel afastado, onde ninguém os conhecia. Ali, finalmente, se deixaram viver tudo aquilo que reprimiram: corpos que se reconheciam sem esforço, mãos que sabiam onde tocar, lábios que não precisavam pedir licença.

Foi intenso. Quente. Proibido. E, ao mesmo tempo, dolorosamente certo naquele momento.

Depois, deitados lado a lado, Sandra chorou baixinho. Pedro a abraçou pelas costas, sem dizer nada. Ele sabia que não podia apagar o mundo lá fora. Mas ali, dentro daquele quarto, eles tinham construído o próprio universo. Efêmero, talvez. Mas real.

— E agora? — ela sussurrou.

Pedro ficou em silêncio por um momento antes de responder.

— Agora... a gente vê onde isso vai dar.

Ela não sabia, mas aquele momento mudaria tudo. Porque ali, no calor daquele quarto, uma nova vida começou a se formar dentro dela.

Sem saber, Sandra havia engravidado.