Onde o Amor Mora

319 Words
O tempo passou. Davi completou cinco anos, e naquele aniversário simples no quintal de casa, Pedro fez um discurso diante dos amigos e da família. — Eu não sabia que podia ser tão feliz — disse ele, com os olhos marejados. — Davi me deu um novo começo. E a Sandra... ela me ensinou o que é amar com verdade. Benjamim, mais crescido, correu até Pedro e o abraçou pelas costas. Era o abraço de um filho que não foi gerado por ele, mas que foi conquistado, todos os dias. O menino agora falava com orgulho: "Tenho dois pais." E nenhum dos dois o contradizia. Sandra, de vestido leve e sorriso calmo, olhava tudo com gratidão. A mulher que, um dia, teve medo de perder tudo por causa de um erro, agora tinha uma família maior, mais firme, mais bonita do que qualquer plano que já havia feito. Vanessa, presente na festa com o novo companheiro, ria das piadas das meninas, agora adolescentes. Ela não apenas superou: floresceu. E isso fazia tudo valer a pena. A festa seguiu com música, bolo e gargalhadas. Mas foi à noite, quando todos dormiam e a casa estava silenciosa, que Sandra e Pedro se sentaram na varanda, lado a lado, mãos entrelaçadas. — A gente errou muito — ela disse. Pedro olhou para ela e sorriu. — Mas amou mais ainda. Ela apoiou a cabeça em seu ombro. — Você acha que o destino já sabia que seria assim? Pedro respondeu sem hesitar: — Acho que o destino deu a chance. E a gente teve coragem de escolher. O céu, estrelado e sereno, parecia concordar. Naquele instante, sem promessas ou medo, sabiam que haviam encontrado o lugar onde o amor mora. E, mais do que isso: onde a verdade constrói lares. E ali, naquela varanda comum de uma casa cheia de vida, a história deles teve seu final. Ou melhor... um recomeço. Fim.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD