Anna Winslow Cada linha era uma sentença, cada cláusula uma corrente envolvendo-me com precisão cirúrgica. Multas de trânsito listadas com detalhes quase obsessivos, como se ele tivesse me seguido, mapeado cada curva que passei, cada acelerada impaciente que dei. E havia mais. Um vínculo de doze meses, não apenas de trabalho, uma armadilha. Não era contrato, era prisão. Levantei os olhos, incrédula, e o fitei. — Você vai me fazer pagar todas essas multas? Ele assentiu, sem pressa, como se o mundo girasse ao seu ritmo e eu estivesse apenas aguardando a sentença. — Claro. — disse, frio, direto. — Você achou o quê? Que eu continuaria no prejuízo depois de toda a sua afronta? Sorri, tentando mascarar o nervosismo com sarcasmo: — Ah, desculpe. Esqueci que você deve estar precisando de d

