Drake Colombo
O vidro do carro refletia a iluminação noturna da cidade quando saí da empresa naquela noite. O peso do dia ainda se agarrava aos meus ombros, contratos, riscos de invasão digital, relatórios intermináveis. O trabalho nunca acabava, mas algumas noites, eu precisava apenas desligar, ou ao menos fingir que conseguia.
Hoje, como o dia foi tão exaustivo, optei em estar com o motorista que me deixou em frente à Boate Ricci. O nome da boate em neon vermelho pulsava como um coração insano, uma promessa de caos controlado. Era um dos poucos lugares onde eu conseguia respirar sem pensar em códigos, senhas ou vidas dependentes da minha decisão.
E assim que entrei, fui envolvido pelo cheiro do perfume caro, álcool e fumaça de charuto. O som grave da música eletrônica reverberava pelo
