Anna Winslow A noite tinha sido longa demais. Quase insuportável. Depois que voltei para o quarto, fiquei estirada na cama, encarando o teto, o coração pulsando como se ainda estivesse na pizzaria, presa nos olhos dele. O homem. O predador. Drake. O nome martelava com uma intensidade avassaladora. Revivi cada instante, cada palavra cuspida com ironia, a maneira como sua presença ocupava o ar ao ponto de me deixar sem fôlego. O jeito como ele havia me achado. A cada vez que fechava os olhos, era como se eu sentisse novamente sua mão firme prendendo meu pulso, queimando como ferro em brasa. O sono só veio de madrugada, pesado e raso, feito areia movediça. E, quando finalmente afundei, o celular vibrou insistente sobre o criado-mudo, rasgando a pouca paz que eu havia conquistado. Por um i

