Cap 5 - Surpresa

1091 Words
Christopher me deixou em uma linda casa, na verdade uma mansão de madeira com algumas paredes em vidro, a casa fica bem no centro da floresta n***a. Ele me deixou aqui, com várias pessoas que eu nunca vi na vida. É interessante observa-los, cada um tem um jeito diferente de agir, pensar e até mesmo de falar. Elise, uma senhora que trabalha na casa, e a que mais me deixa intrigada. - Senhora, o senhor Lockwood já chegou, está no escritório - Melissa a minha "dama de companhia" me avisou. Passei por ela e bati na porta em frente ao meu quarto e a mesma se abriu. - Isso tudo é saudades ? - ele disse. Estava recostado na mesa, com os braços cruzados na altura do peito, como se já me esperasse. Sua voz estava firme apesar da frase sarcástica. - Estou assustada Chris... - disse, ele pareceu finalmente me levar a sério, pois se aproximou de mim - estou perdida, não sei quem você é, não sei onde estou... - com a feição surpresa, Christopher tocou em meu rosto - Não sei quem eu sou... - ele levou a outra mão em meu rosto e ainda surpreso, disse: - Você é minha - seu tom não soava obsessivo, porém protetor. - Isso devia explicar quem eu sou ? - ele sorriu minimamente. - Você é minha, e é só isso que você precisa saber. Não se preocupe - ele sussurrou a última frase perto demais de meu ouvido, depois ele me encarou e deu um beijo em minha testa, segurou firmemente em minha mão e me guiou até a sala de jantar, que até agora eu nunca tinha visto. Havia uma mesa de vidro imensa no centro com cadeiras estofadas em um tom de cinza claro. Christopher se sentou na ponta da mesa e fechou a cara, bipolar, me sentei na cadeira ao seu lado direito, logo Elise entrou com uma bandeja de talheres, porém ficou parada na porta me encarando com os olhos meio arregalados... Ou seria assustados ? - O que ela tem ? - perguntei baixo, encarando-a. - Elise não é como eu, a resgatei de uma tribo antiga no Brasil. Eles acreditam em várias coisas diferentes. Eles tem uma energia diferente - Chris começou a me explicar também encarando Elise que ainda estava parada na porta - eles conseguem sentir quando o tempo vai mudar, ou quando o perigo, tristeza, dor irá chegar. - E por que ela está me encarando ? - Está sentindo algo - ele se levantou e apoiou os braços na mesa - o que esta sentindo Elise ? - ela continuou quieta, parada feito uma estátua - DIGA ! - Sebastian - ela disse. Christopher fechou as mãos em punhos com força e depois olhou para mim, que permaneço sem entender nada. - Melissa - encaro minha dama de companhia - quem é Sebastian ? - Ele é o príncipe da alcatéia vizinha e inimigo mortal do senhor Lockwood, pois a morte da mãe do senhor, é culpa dele, e como a senhora sabe atingindo a mãe dele significa que o pai dele também - ela contou bem baixo, para que Christopher não levasse toda sua atenção a nós duas. - Chamem a Leea - Chris disse em um tom que eu não tinha visto antes. Ele usava um tom firme, sério e até grosseiro. Elise saiu, voltou para a cozinha e logo uma mulher passou pela porta. Ela tinha longos cabelos negros e olhos puxados, com certeza era coreana, ela devia ter uns 20 anos - preciso que descubra o que a senhora Lockwood tem haver com o Sebastian - ele pediu, a mesma sorriu e se aproximou de mim. - Olá senhora - assenti um pouco assustada - preciso que relaxe, feche os olhos e se aprofunde na sua lembrança mais antiga - ela pediu, fechei meus olhos e deixei que meu corpo relaxasse, tentei me agarrar a minha lembrança mais antiga, senti a mão de Leea na minha nuca e a outra na minha testa, e então eu vi... Flashes começaram a correr rapidamente, até que... - Por favor, me deixe ficar com ela - uma mulher pedia, não consegui olhar seu rosto, mas sabia que ela chorava e muito. - Ela se foi meu amor... Ela se foi - dessa vez foi a voz de um homem que também chorava, eu posso vê-los e ouvi-los, mas eles estão de costas e não posso ver seus rostos. ... Os flashes correram de novo e então parou. É uma caverna, uma caverna de pedra e gelo, no teto a um buraco, e no chão uma pequena árvore com uma espécie de "Lagoinha" em baixo, a água é em um azul florescente brilhante, e dentro a três peixes brancos brilhando como uma lâmpada acesa. - Precisamos fazer isso - a mulher disse encarando o homem. - É perigoso demais, pode não dar certo - ele disse apreensivo. - Precisamos tentar - a mulher tinha a voz chorosa, pegou o pequeno bebê dos braços do homem e se ajoelhou na beirada da Lagoinha, onde os três peixes se juntaram. A mulher olhou para cima e viu que a lua havia se encaixado perfeitamente no buraco redondo do teto, então ela beijou a testa do bebê e o mergulhou na água deixando seu pequeno corpo afundar. Os curtos fios loiros do cabelo do bebê ficaram brancos, e começaram a brilhar como a luz da lua. O homem e a mulher sorriram e se abraçaram, logo ambos se ajoelharam e o homem tirou o bebê da água, o pequeno bebê mexeu as mãozinhas e abriu os olhos, seus olhos estavam pratas e logo começou a brilhar assim como os cabelos. - Ah ! - senti uma mão forte me puxar pela cintura e dei de cara com Christopher. - Se machucou ? - ele perguntou, e juro que vi uma pontada de preocupação em seu olhar. - Não... eu - comecei a piscar rápido, confusa - não sei... - O que aconteceu ? - ele perguntou para Leea, que me encarava com os olhos arregalados, pálida como uma folha de papel. - Sebastian Reimond não é o último filho da lua - fiquei confusa, encarei Christopher que ainda me abraçava pela cintura, e o mesmo tinha uma feição de surpresa, confusão... Tudo junto, o que me deixou ainda mais confusa. Que mundo é esse ? Que tipo de seres são esses ? Quando irei acordar ? É impossível tudo isso ser real.
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